“Neste momento é um encerramento à força”, desabafa a presidente da Humanitas – Federação Portuguesa para a Deficiência Mental.
A reabertura dos Centros de Atividades Ocupacionais (CAO), das instituições ligadas à deficiência intelectual, aconteceu no dia 5, mas os utentes que estão nos lares não foram autorizados a regressar, ao contrário do que se passou com os utentes externos, os que ficaram em casa com a família, nos períodos de confinamento.
Helena Albuquerque lamenta não haver qualquer indicação da tutela. “O que se passa é que estão a testar todos os colaboradores e utentes dos CAO, possivelmente para serem vacinados os colaboradores, porque relativamente aos utentes ainda não temos notícias nenhumas sobre e a sua vacinação, e os utentes dos lares continuam encerrados sem perspetivas de regressarem aos CAO. Não temos comunicação nenhuma nesse sentido.”.
Questionado pela Renascença, no final de Março, o Ministério do Trabalho e Segurança Social respondeu que “os utentes dos lares residenciais também vão regressar às atividades dos Centros de Atividade Ocupacional (CAO) no dia 5 de Abril”, mas tal não se verificou. Seguiu novo pedido de esclarecimento, mas ainda sem resposta.
A dirigente da Humanitas diz que não se entende: “nós achámos que desde o início tinha sentido, de facto, proteger essa população e encerrá-los, digamos assim, nos lares residenciais. A partir do momento em que estavam vacinados, tinha todo o sentido começar a planear-se o seu regresso aos Centros de Atividades”. E deixa críticas à falta de planeamento: “quando se fala em vacinação dos colaboradores dos CAO, nós pensamos que já devia ter sido feita, e o regresso dos utentes dos lares já devia ter sido planeado, de forma que quando os Centros de Atividades abrissem, eles pudessem ingressar livremente nesta estrutura, o que não aconteceu.