“Mais uma 'cruz' que carregamos” é o slogan estampado nas t-shirts vestidas pelos elementos das forças de segurança que, esta segunda-feira, estiveram concentrados no aeroporto Sá Carneiro, no Porto.
Cerca de 20 elementos marcaram presença no protesto. Numa das portas de acesso à chegada foram entregues panfletos a resumir os principais motivos da luta em sete idiomas.
“Fartos de ser ignorados pelo Governo. Cansados de esperar. Exigimos a revisão das tabelas salariais e continuamos a lutar por melhores remunerações. Reclamamos melhores subsistemas de saúde para as quais descontamos anualmente 14 meses”, são algumas das frases que podem ser lidas nos panfletos entregues pelos elementos das várias forças de segurança - GNR, PSP, Polícia Marítima, SEF, ASAE e Guarda Prisional.
Em declarações à Renascença, César Nogueira, secretário-geral da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança (CCP), sublinha que há anos que esperam por respostas do Governo, que tem de começar "a olhar para as reivindicações que são comuns às várias estruturas”.
O responsável salienta duas das principais queixas do setor: “os sistemas remuneratórios, que já não são atualizados desde a sua criação, e o subsistema de saúde” que cobre os agentes.
“Desfalcados já nós estamos. Desfalcados já andamos há muito tempo, não conseguimos garantir o patrulhamento”, destaca César Nogueira.
As forças de segurança admitem continuar em protesto até terem uma resposta efetiva do Governo.
Para já, sindicatos e associações do setor da segurança interna mantêm em marcha uma série de ações de protesto nos aerportos do Porto, Lisboa e Algarve, bem como na Gare do Oriente e no Porto Marítimo de Lisboa, até à próxima quarta-feira.
A 2 de agosto, os agentes têm prevista uma concentração junto à residência oficial do Presidente da República, em plena semana da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).