Até ao momento a região do Alentejo continua a não registar indivíduos infetados pelo coronavírus (Covid-19), o que já levou alguns, em jeito de brincadeira, a apelidar este pedaço de território como a “Gália portuguesa”, embora haja consciência de que a situação pode alterar-se a qualquer momento.
À semelhança das outras regiões do país, o Alentejo previne-se e por cá, também, se aplica a expressão “a meio gás”. Évora, cidade património mundial está, nesta segunda-feira, despida de locais, mas igualmente de turistas.
Os espaços museológicos e os monumentos mais visitados estão encerrados, como a catedral ou a famosa Capela dos Ossos, paredes meias com a igreja de São Francisco.
Muitas lojas estão encerradas por tempo indeterminado, como se pode ler nas portas dos estabelecimentos comerciais. Alguns restaurantes e cafés abriram tendo em conta que a cidade ainda está a receber alguns turistas, mas é uma questão de tempo até se perceber que não há clientes suficientes para manter as portas abertas e, mais importante, por questões de segurança.
O facto de a região estar, até ao momento, sem casos detetados, transmite alguma tranquilidade à população, mas não faz com que as autoridades baixem os braços.
No campo da saúde, o Hospital do Espírito Santo de Évora pediu ao Exército duas tendas, entretanto montadas junto ao banco de urgência. A medida tem em conta o previsível aumento de doentes com Covid-19 e vai permitir que, num circuito distinto, seja efetuada a triagem de casos suspeitos, mantendo-se, contudo, os procedimentos amplamente divulgados e que passam, em primeiro lugar, pelo contacto com a Linha de Saúde 24 – 808242424.
Há outras restrições, nomeadamente em termos de visitas aos doentes internados. Estas, estão suspensas, mantendo-se apenas a presença do acompanhante, que “deve ser a mesma pessoa”, indica o conselho de administração desta unidade hospitalar.
Desde esta segunda-feira, anuncia a instituição, a atividade de Hospital de Dia, MCDT’s (análises, raios-x, etc) e atividade cirúrgica ficam reservadas “aos casos clinicamente relevantes”, sendo “reagendadas”, com os utentes a serem informados “via telefone ou por carta”, da suspensão dos serviços não urgentes.
Quanto às consultas presenciais, apenas se realizam caso “seja indispensável e a consulta inadiável” para o utente.
Acessos ao hospital condicionados, refeitórios e bar com regras mais apertadas, são ouras medidas em vigor para garantir a segurança dos utentes e dos profissionais.
Na primeira linha do combate à disseminação da Covid-19, a União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora (UDIPSS-Évora), definiu os estabelecimentos escolares da Rede Solidária que, no distrito, vão passar a garantir o acolhimento dos filhos, ou outros dependentes, a cargo dos profissionais de saúde e das forças e serviços de segurança e de socorro.
A UDIPSS-Évora desenvolveu um processo de mediação com diversas instituições, tendo ficado estabelecido, refere em comunicado “que a Creche Nossa Senhora da Visitação da Cáritas Arquidiocesana de Évora e o Jardim de Infância do Centro Social Paroquial de São Brás, ambos estabelecimentos autónomos”, vão ser “os primeiros dois estabelecimentos da Rede Solidária do distrito de Évora a ser integrados no leque de unidades que, em caso de necessidade, se manterão em funcionamento em regime exclusivo para filhos (e outros dependentes) dos cidadãos cuja mobilização para o serviço ou prontidão obste a que lhes prestem assistência.”
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