O ex-Presidente russo Dmitri Medvedev alertou esta segunda-feira que o fornecimento de armas à Ucrânia por potências ocidentais só aumenta o risco de uma catástrofe nuclear global.
Num artigo publicado no jornal russo 'Izvestia', Dmitri Medvedev sublinha que o "fornecimento de armas ao regime neofascista de Kiev" impossibilita o retorno das negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia.
"Os nossos inimigos estão a fazer exatamente isso [fornecer armas à Ucrânia], não querendo entender que, obviamente, os seus objetivos resultarão num fiasco total”, declarou Medvedev, também vice-presidente do Conselho de Segurança russo.
“Perdas para todos. Colapso. Apocalipse. Esquecimento por séculos, até que os blocos fumegantes parem de emitir radiação”, disse o ex-Presidente russo, numa referência a uma catástrofe nuclear.
Medvedev enfatiza que, se a qualquer momento a existência da Rússia estiver ameaçada, isso "não será decidido de forma alguma" na frente ucraniana, mas será uma questão que anda de mãos dadas com a “existência futura de toda a civilização humana”.
"Não precisamos de um mundo sem a Rússia", enfatizou Medvedev, que também garantiu que Moscovo "não permitirá isso".
“Não estamos sozinhos neste esforço, os países ocidentais com os seus [países] satélites representam apenas 15 por cento da população mundial. Somos muitos mais e estamos muito mais fortes”, concluiu Medvedev.
Zelensky demite comandante no Donbass
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, demitiu o comandante das Forças Conjuntas do Exército, Eduard Moskaliov, sem especificar a causa da sua decisão, num decreto presidencial divulgado hoje pela agência de notícias Ukrinform.
As Forças Conjuntas estão a lutar na região de Donbass, localizada no leste do país e parcialmente ocupada pela Rússia, que nas últimas semanas avançou após batalhas que resultaram em pesadas baixas.
O decreto, assinado neste domingo e publicado no portal da Presidência, referiu "a demissão de E. Moskaliov do cargo de comandante das Forças Conjuntas".
Moskaliov havia sido nomeado para o cargo no final de março.
O Presidente ucraniano tem dispensado periodicamente alguns comandantes militares. Em 11 de fevereiro, a imprensa ucraniana noticiou a demissão do vice-comandante da Guarda Nacional, Ruslan Dzyba.