Montepio. “Se houver risco considerado intolerável [Santa Casa] não entra"
07-06-2017 - 00:01

O estudo que avalia a esta possibilidade ainda está no início, lembra o provedor Pedro Santana Lopes.

A Santa Casa da Misericórdia só entra no capital da Caixa Económica Montepio Geral depois de uma avaliação aprofundada e só se a União da Misericórdias também entrar. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa garante que não vai pôr “a Santa Casa em risco”.

Em declarações à SIC, Pedro Santana Lopes confirma que a Santa Casa está a avaliar a potencial entrada no capital da Caixa Económica Montepio Geral, mas “se houver risco considerado intolerável não entra”.

“Não podemos fazer investimentos sem ser à medida das nossas capacidades”, até porque não sabe “ainda se é bom negócio”.

O provedor reconhece que há “disponibilidades financeiras consideráveis”.

Santana Lopes insistiu que a eventual entrada no capital do Montepio se enquadraria num projecto amplo de reestruturação do sector social e que o investimento só faria sentido se entrassem outras entidades da economia social.

O executivo vê "com bons olhos" eventual entrada da Santa Casa da Misericórdia no Montepio. "O Governo e eu próprio vemos de forma positiva uma cooperação reforçada entre instituições que têm uma missão social relevante", afirmou o ministro Vieira da Silva em Lisboa, à margem do evento que marcou o 40.º aniversário do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.

A Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) revelou em meados de Março que, a nível individual, obteve um lucro de 7,4 milhões de euros em 2016, quando tinha registado um prejuízo de 393 milhões de euros em 2015.

A MGAM é a dona da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), que apresentou na quarta-feira um prejuízo de 86,5 milhões relativo ao exercício do ano passado, uma melhoria face ao resultado líquido negativo de 243 milhões de euros em 2015.

A associação e o banco mutualistas têm estado em foco, com uma sucessão de notícias negativas, como a constituição de António Tomás Correia como arguido num processo em que é suspeito de ter recebido indevidamente 1,5 milhões de euros do empresário da construção civil José Guilherme.