Cerca de 120 bombeiros e 40 militares do Exército vão reforçar esta noite o combate ao incêndio de Alijó, distrito de Vila Real, que lavra há quase 48 horas, disse o comandante distrital de operações de socorro.
Álvaro Ribeiro fez um ponto da situação do fogo, que deflagrou na zona de Vila Chã, na madrugada de domingo, e referiu que o combate mobiliza 162 veículos e 562 operacionais, entre bombeiros, GNR, INEM, Exército e da Força Especial de Bombeiros.
Segundo o mesmo responsável, durante as próximas horas vão chegar ao terreno mais quatro grupos de reforço de bombeiros e mais dois pelotões do Exército com um total de 40 militares.
"Estamos a fazer uma análise dos vários sectores e esperamos durante a noite, com este reforço de meios, ter todo o perímetro do incêndio com operacionais, de forma que possamos extinguir todo o perímetro", salientou.
O objectivo aproveitar o reforço de meios e o arrefecimento da noite, no entanto, Álvaro Ribeiro, ressalvou que o vento forte e a secura da vegetação tem sido um "factor desfavorável" no combate ao fogo.
As chamas progridem em duas frentes, sendo a da parte virada ao rio Tua, na zona do Franzilhal e de Carlão, a que inspira mais preocupações. Com "menor actividade" está a lavrar a frente que avança para a zona de Vilar de Maçada.
"A maior preocupação é a parte virada ao rio Tua, que é onde estamos a aguardar oportunidade para aí fazer um ataque musculado", salientou.
Durante a tarde verificaram-se várias reactivações neste fogo, que afecta uma grande percentagem do concelho, aproximando-se de várias aldeias, de onde foi necessário retirar algumas pessoas, entre crianças, idosos e doentes, por precaução.
Decretado Estado de Emergência Municipal
O presidente da Câmara de Alijó, Carlos Magalhães, decretou o Estado de Emergência Municipal por volta das 21h30 desta segunda-feira.
Antes, o autarca já tinha avisado que se preparava para o fazer e explicava porquê. “É um alerta, é um pedido de socorro para todo o país para ver se nos ajudam”, afirmou aos jornalistas na localidade de Vila Chã, onde as chamas se aproximaram das casas durante a tarde, assustando a população. E acrescentou: “Está incontrolado o fogo, não sei o que a noite nos vai trazer porque não vamos ter os meios aéreos e o vento continua e as frentes activas têm-se multiplicado”.
O autarca referiu que o Estado de Emergência significa um “pedido à tutela”. “É um pedido de socorro, é um pedido de ajuda porque nós já não somos capazes de dominar isto, os homens que já estão aqui já estão exaustos, precisávamos de mais alguma coisa”, sustentou.
O presidente disse que pediu mais meios para o combate a este fogo, referindo que só vê uma solução através dos “meios de combate aéreo”.
“Não estou a ver, no terreno, que os homens consigam aceder a estas zonas tão declivosas e com orografia tão pedregosa. Seria um risco para estes homens”, salientou. Homens que já “estão exaustos” depois de muitas horas de combate a um incêndio “que não dá tréguas”
Praticamente todo o concelho, “ a norte, a poente e a nascente está todo em chamas, salvaguardando apenas a zona sul que está ocupada por vinhas.
“Num teatro de operações como este há sempre pequenas falhas, mas eu não me quero referir a essas pequenas falhas, quero-me referir às grandes falhas de há muitos anos, como a falha de uma política que defina um planeamento florestal e que não existe”, sublinhou.