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O Governo italiano prepara-se para aprovar a obrigatoriedade de a apresentação de certificado digital por parte de funcionários privados poderem voltar ao trabalho, procurando assim incentivar a vacinação e combater a proliferação da Covid-19.
Designado na imprensa italiana como “Green Pass”, o certificado aplica-se a quem já recebeu pelo menos uma dose da vacina, obteve um teste negativo ou recuperou recentemente do vírus.
Já em vigor na União Europeia, sobretudo para facilitar as viagens entre estados, Itália foi um dos países que alargou a sua obrigatoriedade para ter acesso a locais como museus, ginásios e o interior de restaurantes.
O Conselho de Ministros italiano reúne-se na quinta-feira, no que foi descrito como um “momento importante” para o processo do alargamento da obrigatoriedade do documento, disse a ministra dos assuntos regionais, Mariastella Gelmini, em entrevista à radio estatal italiana.
“Caminhamos para a obrigatoriedade do Green Pass não só para trabalhadores da função pública, mas também para o setor privado”, disse Gelmini à RAI. “A vacina é a única arma que temos contra a Covid e só conseguimos conter as infeções através da vacinação de uma grande maioria da população”.
Itália foi o primeiro país europeu a ser duramente atingida pelo vírus e ainda tem o segundo maior número de mortes associados à pandemia, depois do Reino Unido, sendo o oitavo a nível mundial.
Cerca de 73% dos 60 milhões de habitantes italianos receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid, com 65% já vacinados com duas doses. Em Portugal o número de vacinados completos chega já aos 80%.
Apesar dos desejos manifestados pela ministra Gelmini, que pertence ao partido conservador Forza Italia, a decisão final poderá não ser tão fácil. Matteo Salvini, líder da Liga, um partido de direita que pertence à coligação governamental, tem resistido a alargar a obrigatoriedade do certificado, mas existem divisões dentro do seu próprio partido.
Os opositores ao plano consideram que a obrigatoriedade de apresentar o certificado digital representa um atropelo às liberdades pessoais e não é mais do que uma forma de pressionar as pessoas a receberem a vacina.
Vários países europeus já tornaram o certificado obrigatório para viajar e participar em atividades de lazer, mas nenhum foi ao ponto de impor como condição para poder trabalhar, nem no privado nem no público.