Já estão em Portugal mais 37 afegãos, um grupo de 18 chegou durante madrugada, num voo fretado, e outro de 19 esta manhã a bordo de um C295 da Força Aérea. A informação foi confirmada à Renascença por fonte da Defesa.
Até ao momento o país recebeu 61 pessoas que conseguiram embarcar no aeroporto de Cabul. A missão de resgate que foi levada a cabo por quatro militares portugueses que estiveram no Afeganistão.
O primeiro voo aterrou por volta das 21h15, de sexta-feira, ao aeroporto de Lisboa. Trazia a bordo os 24 cidadãos afegãos que trabalharam com as Forças Nacionais Destacadas para o Afeganistão.
No total, segundo o ministro da Defesa, terão sido retirados 58 cidadãos afegãos que deverão chegar a Portugal até domingo.
Os militares portugueses encontravam-se em Cabul desde quarta-feira de madrugada, tendo como missão apoiar a retirada de cidadãos afegãos, após a tomada do poder no Afeganistão pelos talibãs, a 15 de agosto.
Sobre o processo de acolhimento, a ministra da Presidência informou que, numa primeira fase, "as pessoas permanecerão em centros de acolhimento temporário, para que possa ser feito esse trabalho de contacto com aquelas famílias de informação sobre muitas áreas" - um processo que já é praticado no acolhimento de outros refugiados, no âmbito dos protocolos com os Governos da Turquia e do Egipto e das organizações não-governamentais que apoiam refugiados no Mediterrâneo.
Na segunda fase, vão ser procuradas "soluções habitacionais, escolares, de formação profissional e de entrada no mercado de trabalho". "E é reunindo toda essa disponibilidade que agora se procurarão as soluções que em concreto podem ser as melhores para as famílias que vão chegar, de idades e situações diferentes", disse Mariana Vieira da Silva.
Vários países já anunciaram o fim das operações de retirada de pessoas do Afeganistão.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.