Caças britânicos intercetaram na manhã desta segunda-feira dois bombardeiros russos no norte da Escócia, em espaço aéreo controlado pela NATO, anunciou o Ministério da Defesa de Londres.
Os caças Typhoon intercetaram “dois bombardeiros russos de patrulha marítima de longo alcance nesta manhã ao norte das Ilhas Shetland”, indicou o Ministério britânico em comunicado.
Os aviões britânicos descolaram da base da Royal Air Force (RAF) em Lossiemouth, no norte da Escócia, para intercetar os bombardeiros russos. “A tripulação da RAF mantém uma vigilância constante sobre o espaço aéreo britânico e está sempre pronta para intervir a qualquer momento para manter o nosso país seguro”, disse o secretário de Estado das Forças Armadas, James Heappey, no comunicado.
Mais cedo, os militares russos disseram que vários dos seus bombardeiros e caças estratégicos tinham realizado “voos planeados” sobre águas internacionais nos mares Báltico, de Barents, da Noruega, Sibéria Oriental, e Chukchi. Moscovo também afirmou que enviou um caça para intercetar um avião militar norueguês que se aproximava das suas fronteiras sobre o Mar de Barents, no Oceano Ártico, mas que não chegou a entrar em território russo.
A intercetação é uma operação destinada a escoltar uma aeronave considerada muito próxima de um espaço aéreo ou que tenha entrado nele. Os incidentes envolvendo aviões russos e aeronaves de países da NATO multiplicaram-se nos últimos anos, antes mesmo do início do conflito na Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.
Frequentemente aconteciam no Mar Báltico, mas também no Mar Negro e noutros lugares e hoje já tiveram lugar mais incidentes. Caças F-16 neerlandeses descolaram esta segunda de manhã para intercetar dois bombardeiros russos que se dirigiam para o espaço aéreo do país, e consequentemente da NATO, e que foram detetados pela Dinamarca, divulgaram os Países Baixos.
As aeronaves russas acabaram “por dar a volta”, afastando-se do espaço aéreo da Aliança Atlântica, informou o Governo neerlandês. Num comunicado, o Ministério da Defesa dos Países Baixos explicou que os dois F-16 da Força Aérea neerlandesa descolaram para “intercetar dois bombardeiros russos que voavam em direção ao espaço aéreo” do país, e que os meios foram acionados na sequência do chamado Alerta de Reação Rápida, às 07:19 locais (06:19 em Lisboa).
Também o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) detetou e seguiu esta segunda quatro aeronaves militares russas no espaço aéreo internacional perto do Alasca, sem serem considerados uma ameaça. Em comunicado, o NORAD observou que a operação ocorreu entre o final do dia de domingo e o início da manhã desta segunda.
Os aviões russos passaram pela chamada Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca (ADIZ), área que faz parte do espaço aéreo internacional, mas onde os Estados Unidos exigem que qualquer aeronave se identifique no interesse da sua segurança nacional.
O NORAD garantiu que os aviões russos permaneceram no espaço aéreo internacional e não entraram em território norte-americano ou canadiano, afirmando que é comum haver atividade russa naquela área e que isso não é visto como uma ameaça. A vigilância do espaço aéreo tem sido uma das principais preocupações quer da NATO quer da Rússia, que têm evitado uma confrontação direta no seguimento da invasão russa da Ucrânia.