Governo propõe aumento de 300 euros em 3 anos. Polícias rejeitam acordo
04-06-2024 - 20:58
 • Renascença, com Lusa

Porta-voz da plataforma sindical de polícias diz que ainda é possível chegar a acordo e pede boa vontade ao Ministério da Administração Interna.

Depois de seis horas de reunião, terminou sem acordo a quarta ronda de negociações entre o Ministério da Administração Interna (MAI) e os sindicatos da PSP e as associações da GNR.

“Fomos cedendo até onde achávamos razoável, mas essa cedência não foi acompanhada pelo Ministério. Continuamos a acreditar que, havendo boa vontade do Governo, ainda é possível chegar a um acordo de convergência, ainda que fique distante do valor que tínhamos proposto inicialmente”, disse aos jornalistas, ao final da noite, Bruno Pereira, porta-voz da plataforma sindical de polícias.

Para o também presidente da Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, o valor apresentado pelo MAI “ficava por metade daquilo” que defendia a plataforma.

O Governo propôs esta terça-feira um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor que será pago de forma faseada até 2026, passando o suplemento dos atuais 100 para 400 euros.

Segundo a proposta, que foi apresentada pela ministra da Administração Interna aos sindicatos da PSP e associações da GNR, os 300 euros de aumento seriam pagos por três vezes, sendo 200 euros em julho e os restantes no início de 2025 e 2026, com um aumento de 50 euros em cada ano.

Com esta proposta, a que Lusa teve acesso, a vertente fixa do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança passa dos 100 para os 400 euros, mantendo a vertente variável de 20% do ordenado base dos militares da GNR e polícias da PSP.

Bruno Pereira, porta-voz da plataforma sindical de polícias, revelou que durante a reunião os sindicatos fizeram cedências e procuraram encurtar a distância entre a proposta do Governo e a da plataforma, que propõe um aumento de cerca de 600 euros.

Os representantes de polícias e militares da GNR propuseram um valor mais baixo, tendo colocado em cima da mesa um aumento de 400 euros pago por três vezes: 200 este ano, 100 em 2025 e outros 100 em 2026.

Segundo Bruno Pereira, neste momento não ficou marcada nenhuma reunião com a ministra.

Alguns sindicatos abandonaram reunião

Ao início da noite, o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, abandonou a mesa das negociações em desacordo com a nova proposta.

Armando Ferreira não acredita que as negociações cheguem a bom porto. "O meu compromisso com os polícias era para valores de 1026 euros, não era para valores de 300 euros", sublinha.

De acordo com o presidente do Sinapol, a ministra Margarida Blasco disse aos sindicatos que "não há dinheiro e que não pode ir mais além do que isto".

A Associação Sindical Autónoma de Polícia, que não faz parte da plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR, também abandonou as negociações por não concordar com a proposta.

Esta é a quarta proposta que a ministra da Administração Interna apresenta aos sindicatos da PSP e associações da GNR.

[notícia atualizada]