O comandante do Regimento de Engenharia n.º 1 (RE1), responsável pela segurança no dia do furto de Tancos, confirma que não foram feitas rondas aos paióis de armamento na noite do roubo, em 2017.
Na audição na comissão parlamentar de inquérito ao furto de Tancos, o coronel João Paulo de Almeida afirma ser um "facto inegável" que o RE1 tinha "a missão de garantir a segurança" e "não cumpriu a missão a 100%".
"Se não, não tinha havido a intrusão", afirmou o coronel de infantaria aos deputados da comissão.
E já quanto às rondas, que o jornal Público noticiou, em 2017, que não foram feitas durante 20 horas no dia do furto, o oficial admitiu que não foram feitas entre o "início da noite de dia 27 [de junho] e o início da tarde de dia 28 [de junho]".
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até maio de 2019, e é prorrogável por mais 90 dias.