Veja também
Centenas de terroristas do Estado Islâmico que estavam numa prisão no nordeste da Síria desapareceram, não se sabendo ao certo onde estão, acusou a Turquia esta segunda-feira.
As forças turcas que ocuparam Tel Abyad, o local onde a prisão se encontra, dizem que a encontraram vazia e acusam os curdos de terem levado os terroristas na sua retirada da região.
As forças turcas divulgaram imagens de soldados seus a entrar num espaço que dizem ser uma prisão que albergava centenas de militantes do grupo terrorista.
Serviços de informação ligadas aos turcos, contudo, negam que exista sequer uma prisão para elementos do Estado Islâmico em Tel Abyad.
Já o Presidente norte-americano Donald Trump acusa os curdos, que foram seus aliados na luta contra o Estado Islâmico, de estarem a libertar os elementos do Estado Islâmico para tentar envolver os Estados Unidos no conflito outra vez. O Presidente não apresenta quaisquer provas nesse sentido.
Foi a decisão de Trump de retirar os seus soldados do nordeste da Síria que espoletou a invasão turca na semana passada. Entretanto o cenário mudou radicalmente quando os curdos, vendo-se abandonados pelas forças americanas, optaram por fazer um acordo com o regime sírio que ao longo das últimas 24 horas tem estado a entrar em várias cidades que os turcos pretendiam ocupar. Gozando do apoio da Rússia, estas forças sírias não devem ser atacadas pela Turquia, impedindo assim o seu avanço.
O perigo de fuga de militantes do Estado Islâmico sempre foi apontado como sendo um dos grandes riscos da operação militar da Turquia no nordeste da Síria. As Forças Democráticas da Síria mantinham presos cerca de 12 mil militantes, dez mil dos quais sírios ou iraquianos e dois mil de outras nacionalidades, incluindo muitos europeus ou de outros países.
Quando a Turquia começou a ameaçar invadir os curdos avisaram logo que a defesa das prisões passaria para segundo plano e que iriam deslocar a maioria dos seus homens para defender as cidades junto da fronteira.
As autoridades políticas do nordeste sírio queriam que fosse criado no território um tribunal internacional para julgar os presos, o que serviria para fortalecer a sua legitimidade numa zona reivindicada pelo regime de Bashar al-Assad mas que era de facto autónoma desde o início da guerra civil, há mais de oito anos.
Para além dos militantes presos há ainda dezenas de milhares de familiares, maioritariamente mulheres e crianças, que estão a viver em campos, guardados pelas milícias curdas e seus aliados. Sabe-se já que centenas destes familiares conseguiram fugir desses campos, aproveitando os bombardeamentos turcos, ao longo dos últimos dias.