O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou esta segunda-feira à assinatura de "um acordo ao nível da emergência" na cimeira COP26 em Glasgow, em novembro, após a divulgação de um novo relatório preocupante dos especialistas da ONU sobre o clima.
"O relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) é taxativo. Mais uma vez. O tempo da indignação já passou. Acordo de Paris, neutralidade do carbono ao nível europeu, lei climática... a França ficará ao lado daqueles que agem", acrescentou o chefe de Estado francês na rede social Twitter, a três meses da COP26 (conferência internacional sobre o clima), agendada para novembro em Glasgow, Escócia.
O sexto relatório do IPCC, divulgado esta segunda-feira, prevê que a temperatura global subirá 2,7 graus Celsius até 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa.
Segundo o documento, o limiar do aquecimento global (de +1,5° centígrados em comparação com o da era pré-industrial) vai ser atingido em 2030, dez anos antes do que tinha sido anteriormente estimado, "ameaçando a Humanidade com novos desastres sem precedentes".
De acordo com os especialistas da ONU, os "humanos são indiscutivelmente responsáveis" pelas alterações climáticas e não há outra alternativa senão a redução dos gases de efeito de estufa.
"A mensagem para cada país, governo e empresa é simples: é preciso seguir a ciência e assumirmos, cada um, parte da responsabilidade para que as metas sejam cumpridas", declarou Alok Sharma, presidente da COP26.
Da mesma forma, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o relatório sobre o clima hoje publicado pelos especialistas da ONU é um "alerta vermelho" que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que "estão a destruir o planeta".
O secretário-geral da ONU pede que nenhuma central de carvão seja construída depois 2021.
"Os países também devem acabar com novas explorações e produção de combustíveis fósseis, transferindo os recursos dos combustíveis (fósseis) para a energia renovável", acrescentou António Guterres, em comunicado.