As autoridades religiosas ucranianas querem que a Imagem Peregrina de Fátima permaneça mais tempo na Ucrânia. O pedido vem da cidade de Lviv, direto para o Santuário de Fátima.
Está previsto que a estada termine na próxima sexta-feira, dia 15, mas em entrevista ao enviado da Renascença, o padre Andrij Salabai, da Igreja da Natividade, pede que a imagem número 13 se mantenha no país por mais tempo.
“Peço, através dos media e da vossa presença aqui, que transmitam aos que têm a missão de cuidar das imagens de Fátima o nosso pedido par que autorizem a presença desta imagem aqui por mais algum tempo, como um símbolo de uma prece eterna. Porque a oração é a única forma de parar as forças do mal”, apela.
Contactado neste sábado de manhã pela Renascença, o Santuário de Fátima responde, dizendo que a imagem ficará o tempo necessário. Não há qualquer obstáculo ao prolongamento da visita da imagem peregrina de Fátima a Lviv, assegura fonte do Santuário.
A Imagem n.º 13 da Virgem Peregrina de Fátima está na Ucrânia desde meados de março, na sequência de um pedido do arcebispo metropolita Greco-Católico de Lviv.
“Pedimos que nos possam enviar a Imagem da Virgem Peregrina de Fátima para a Ucrânia para que possamos rezar pedindo a sua proteção para que a paz regresse ao país”, apelou.
O Santuário respondeu afirmativamente e “com agrado”, reconhecendo que a deslocação desta imagem – que acontece pela primeira vez – “se deve a este esforço pastoral de oração pela paz no mundo, em especial na Ucrânia”.
Imagem de Fátima procurada por dezenas de ucranianos
Nunca estão menos de 200 pessoas na Igreja da Natividade, no bairro de Sykhiv, em Lviv. Na nave central, rodeada de todos os cuidados, está a imagem número 13 de Nossa Senhora de Fátima que, no final das celebrações, é procurada por dezenas de fiéis. Ali rezam ajoelhados, em privado e em silêncio.
“Gostaria de enviar uma mensagem de agradecimento a toda a comunidade internacional por rezarem à Virgem Maria. A todo o mundo católico, obrigado por todas as orações que nos foram dirigidas. Peço a todos que continuem a rezar até que a guerra termine e que a paz chegue à nossa terra”, diz o padre Andrij Salabai ao microfone da Renascença, reconhecendo que a comunidade de Lviv sentiu a presença de todo o mundo católico nestes dias de guerra.
Andrij Salabai conta que por vezes, na celebração das 20h00, a igreja se enche de tal maneira que tem dificuldade em movimentar-se na nave central, onde a Imagem está colocada em permanência, frente ao altar. Por isso, a comunidade gostaria de a ver mais tempo em Lviv. Até porque “não sabemos qual será o desfecho desta guerra sangrenta”.
“A comunidade nem sempre percebe que isto é a Terceira Guerra Mundial e não sabemos se a dado momento outros países poderão estar envolvidos nesta guerra”, afirma o padre da Igreja da Natividade.
Até sexta-feira, pelo menos (dia em que terminam as quatro semanas previstas para a presença da Imagem cedida pelo Santuário de Fátima), as celebrações vão continuar a atrair centenas de pessoas todos os dias à igreja situada na Praça São João Paulo II – nome atribuído por ter sido nesta zona de Lviv que o Papa polaco celebrou uma missa campal para meio milhão de ucranianos, em junho de 2001.
Nesse encontro com os jovens, João Paulo II lembrou a Jornada Mundial da Juventude de Roma, em 2000, e deixou uma mensagem forte: “O futuro da Ucrânia depende em boa medida de vós e das responsabilidades que souberem assumir”. Duas décadas depois, é essa a geração que está no poder em Kiev.