O comentador da Renascença Henrique Raposo diz que “o líder do PS fica com uma imagem um pouco errática” ao anunciar na quinta-feira a viabilização do Orçamento do Estado para 2025.
Raposo nota que Pedro Nuno Santos “parecia alguém que estava algemado numa camisa de forças”.
“E é claramente alguém que está fora de personagem, como se diz no teatro e no cinema”, assinala, no seu habitual espaço de comentário n'"As Três da Manhã".
Para o comentador da Renascença, o líder socialista apresentou-se “muito desconfortável com o cargo que tem, ou seja, muito desconfortável no cargo do grande partido do centro-esquerda, um grande partido do centro e da responsabilidade”.
“Pedro Nuno Santos é alguém que estaria melhor no Bloco de Esquerda. (…) Representa um PS que se autoidentifica como Bloco de Esquerda. E isso é um problema”, observa Raposo, acrescentando que Pedro Nuno Santos “no coração de radical e de romântico, o homem que fazia os alemães tremer (…) queria derrubar o Governo, mas há alguém dentro do partido, os moderados disseram-lhe: ‘tem juízo, vamos com calma’”.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo diz que “o grande espetáculo que fica disto foi aquele momento um pouco norte-coreano, quando ele disse que os comentadores ligados ao PS têm que estar calados e seguir aquilo que ele diz”.
“Isso tem uma coisa muito preocupante para o futuro. Se o PS está demasiado encostado, de facto, à esquerda, se está a confundir com o Bloco de Esquerda e com o PCP, se está a deixar de ser o grande partido do centro, se é por aí, ou se isto foi um pânico generalizado dentro do PS, porque o PS, o PS tem um problema demográfico no seu eleitorado”, adverte.
Na visão do comentador, o PS, que tem um eleitorado muito envelhecido, pode estar em pânico porque ao longo destes anos a AD conseguir seduzir o eleitorado e além disso o Chega consegue ir buscar um eleitorado pouco instruído e muito ressentido