A notícia de que até 100 funcionários da antiga residência do Rei Carlos III poderão perder os seus empregos está a suscitar críticas à monarquia britânica, poucos dias após a proclamação do filho primogénito da Rainha Isabel II.
O jornal britânico The Guardian noticiou na terça-feira que dezenas de funcionários da Clarence House, antiga residência oficial de Carlos, foram avisados de que os seus empregos estavam em risco.
A reportagem dizia que os avisos chegaram no meio de um período de transição atarefado, quando Carlos e a esposa Camilla, a rainha consorte, se mudaram para o Palácio de Buckingham após a morte da Rainha Isabel II, na passada quinta-feira.
O Sindicato dos Serviços Públicos e Comerciais apelidou a decisão de informar o pessoal sobre cortes de postos de trabalho durante um período de luto "nada menos do que insensível".
"Embora fosse de esperar algumas mudanças nas equipas, pois os papéis em toda a família real vão mudar, a escala e a velocidade a que isto foi anunciado é extremamente insensível", lamentou o secretário-geral do sindicato, Mark Serwotka.
O Reino Unido encontra-se num período nacional de luto até segunda-feira, quando o funeral de Estado da Rainha será realizado.
Num comunicado, a Clarence House explicou que, após a proclamação do Rei, as operações das equipas de apoio a Carlos e de Camilla "cessaram" e "como exigido por lei, foi iniciado um processo de consulta".
"O nosso pessoal prestou um serviço longo e leal e, embora alguns despedimentos sejam inevitáveis, estamos a trabalhar urgentemente para identificar papéis alternativos para o maior número possível de funcionários", acrescentou a declaração.
"Todos estão absolutamente lívidos (...) as pessoas ficaram visivelmente abaladas com isto", disse, por sua vez, um funcionário de Carlos, que falou ao jornal The Guardian sob a condição de anonimato.