Por estes dias os participantes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) podem visitar lugares de culto como a mesquita, a sinagoga, o centro ismaili ou o templo hindu. Mas esta quarta-feira, ao fim da tarde, no Jardim Botânico Tropical, mesmo ao lado do Mosteiro dos Jerónimos onde vai estar o Papa Francisco, vão ser plantadas seis árvores que representam as seis grandes famílias religiosas: o Cristianismo, o Taoísmo, o Hinduísmo, o Budismo, o Judaísmo e o Islão.
É uma iniciativa do grupo de projeto da JMJ que lançou um livro onde estão as plantas que existem em Belém, e que são citadas na Bíblia.
São, ao todo, 23 plantas, entre elas a figueira, alfarrobeira, oliveira, que são citadas na Bíblia e que estão nos jardins de Belém, em Lisboa. Mas José Sá Fernandes, do Grupo de Projeto da JMJ, conta que há também neste livro “Plantas da Bíblia” lugares para outras religiões.
“Várias árvores, flores, frutos que estão ligados a livros sagrados. Muitas da Bíblia, mas também conseguimos descobrir várias de outras religiões. É um contributo numa jornada mundial da Juventude, onde queremos que seja um encontro de todas as pessoas”, disse José Sá Fernandes.
O responsável pelo Grupo de Projeto da JMJ revelou até que aprendeu mais algumas coisas com este livro e com o significado de Belém.
“Eu nem sabia, que Belém vem de Bethlehem, que significa o sítio do pão e podemos associar o pão ao pão de Cristo”, contou José Sá Fernandes na apresentação do livro no Jardim Tropical de Belém.
Com este livro ficamos ainda a saber que a figueira é uma das primeiras plantas mencionadas na Bíblia e uma das mais antigas cultivadas em todo o mundo e que significa fertilidade e abundância.
Todas estas plantas e árvores estão espalhadas por Belém, mas o jardim tropical vai ganhar esta quarta-feira mais seis árvores que simbolizam cada uma das grandes famílias religiosas, revelou o padre Peter Stilwell.
“São seis árvores que representam o Taoísmo, o Hinduísmo, Budismo, Judaísmo, Cristianismo e Islão. As árvores convivem normalmente pacificamente desde que estejam plantadas à devida distância umas das outras e possam ter espaço para respirar”, refere o diretor do Departamento para Relações Ecuménicas e o Diálogo Inter-religioso do Patriarcado de Lisboa.
“Daqui a 40 anos, quando já pouca gente se lembrar das Jornadas Mundiais da Juventude, as árvores estarão para lembrar que as religiões crescem e desenvolvem-se e podem desenvolver-se como contributo para a Paz mundial e para a fraternidade universal que tem falado o Papa”, adianta o padre Peter Stilwell.