Os técnicos da reinserção social denunciam violações às condições de trabalho, com funcionários obrigados a trabalhar mais horas e sem qualquer tipo de possibilidade de paragens. O sindicato vai avançar com uma ação no Tribunal Administrativo do Porto.
Em declarações à Renascença, o presidente do Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (SinDGRSP), diz que a situação decorre da "falta de trabalhadores", que está a ser colmatada com "um mecanismo lesivo para os trabalhadores" e sobretudo "ilegal", chegando a "alterar os dias de folga das pessoas".
"Haver funcionários a trabalhar seis, sete dias seguidos, sem folgas nenhumas. Além de que, como há falta de trabalhadores, as pessoas que vão trabalhar não conseguem fazer uma única pausa, ou seja, trabalham oito horas seguidas e não sete, sem direito a um intervalo", denuncia Fernando Miguel Gonçalves.
O dirigente do sindicato pede reforço dos quadros com os efetivos em falta, através da abertura de concursos do Ministério das Finanças. Só assim haverá um "regresso á normalidade" numa "situação que já se arrasta há muito tempo".
" A Ministra da Justiça fez o pedido às Finanças em outubro do ano passado e, até ao momento, nós não temos conhecimento de abertura do concurso – e o concurso demora mais de um ano", sublinha.
Sem perspetivas, muitos dos trabalhadores têm abandonado a profissão nos últimos tempos: "As pessoas também não vão aguentar fazer tudo sozinhas. É impossível, não é?", lamenta Miguel Gonçalves.