A Hungria tornou-se esta terça-feira no primeiro Estado-membro da União Europeia a ser designado "parcialmente livre" na lista de países que respeitam as liberdades democráticas, o que ressalta os efeitos das políticas do primeiro-ministro Viktor Orbán.
O relatório anual sobre "Liberdade no Mundo", compilado pela Freedom House, aponta que a erosão da democracia sob o comando de Orbán constitui "o declínio mais dramático alguma vez registado" na UE, ao passo que os restantes 27 Estados-membros da UE surgem na lista classificados como países "livres".
Budapeste já rejeitou as conclusões do relatório, num comunicado em que acusa a Freedom House de fazer parte do "império" de George Soros, filantropo e investidor multimilionário de origem húngara que tem estado sob ataques constantes de Orbán. Há a destacar que, ao contrário do que aponta o Governo Orbán, o grosso do financiamento da organização vem do Governo federal norte-americano.
"A Hungria tornou-se pioneira no que toca ao desmantelamento da democracia", aponta Zselyke Csaky, líder das investigações da Freedom House na Europa e Eurásia, ressaltando o efeito dominó gerado pelo Governo de Orbán, que "já gerou imitações" dentro e fora da UE.