O PS ainda não tomou uma decisão sobre o pedido de comissão parlamentar ao caso das gémeas, mas considera que “se trata de um assunto muito sério e que o PS acompanhará”, afirmou esta sexta-feira o líder do partido, Pedro Nuno Santos.
“É um assunto muito sério e que tem de ser esclarecido. Há investigações em curso e será um tema que, obviamente, o PS acompanhará”, afirmou Pedro Nuno Santos, em Portimão.
O Chega anunciou na quinta-feira que pretende constituir uma comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas com o medicamento Zolgesma no Serviço Nacional de Saúde.
“É um assunto muito sério e que tem de ser esclarecido. Há investigações em curso e será um tema que, obviamente, o PS acompanhará”, afirma o líder do PS.
Para o dirigente socialista, “é muito importante que o povo português tenha confiança nas instituições, nos serviços públicos, no Estado e confiança de que há equidade no acesso aos serviços públicos”.
“No tempo certo o grupo parlamentar do PS decidirá aquilo que fará no que diz respeito a iniciativas que vão surgindo no parlamento. O tema é relevante para nós, para que todos os cidadãos tenham confiança e que saibam que não existe favorecimento para ninguém”, concluiu.
O secretário-geral do PS participou esta sexta-feira na sessão de abertura da reunião anual do Partido Socialista Europeu no Comité das Regiões que decorre em Portimão, que tem como tema central a habitação, um problema transversal a toda a Europa.
AD partilha agenda com extrema-direita
O secretário-geral do PS acusou esta sexta-feira o Governo da Aliança Democrática de partilhar uma agenda política com partidos da extrema-direita, "partilha que ficou clara" no discurso de tomada de posse do novo primeiro-ministro português.
"O que nós vamos assistindo é a uma direita tradicional a assumir as bandeiras da extrema-direita, como aliás já hoje se verifica em Portugal", disse Pedro Nuno Santos.
Durante a sua intervenção na sessão de abertura da reunião anual do Partido Socialista Europeu no Comité das Regiões, que decorre naquela cidade algarvia, o líder socialista disse que essa aproximação "ficou clara desde logo no discurso de tomada de posse do primeiro-ministro português", Luís Montenegro.
Para Pedro Nuno Santos, "existem mais semelhanças entre os partidos da direita tradicional, a chamada direita clássica, e os da extrema-direita, do que aquilo que se vai ouvindo".
"A direita tradicional, quando precisa de governar, não hesita em aliar-se à extrema-direita e nós temos assistido nos últimos anos a um avanço da extrema-direita na Europa", apontou.
Segundo o secretário-geral do PS, "as semelhanças entre direita e extrema-direita" são visíveis em toda a Europa, "onde governam juntos, onde a direita tradicional sentiu necessidade de se aliar para governar".
"Ou governam com a extrema-direita ou assumem as suas bandeiras. Não governam com a extrema-direita, mas assumem parte da sua agenda", notou.
Pedro Nuno Santos alertou para a importância de os socialistas manterem "a sua ideologia e combater as novas alianças" para responder aos problemas das pessoas e manter a democracia e o Estado democrático.
"Há ideologia, há politica diferente e os socialistas vão mostrando ao longo dos anos que nos distinguimos de forma séria daquilo que é o trabalho que a direita vai fazendo", concluiu.
Mudança do logótipo é decisão "menor"
O secretário-geral do PS considera que a mudança do logótipo não devia ter sido uma prioridade do novo Governo, alegando que se trata de uma decisão menor e que não mexe com a vida das pessoas.
“Não devia ter sido uma prioridade, porque obviamente é menor e não mexe com a vida dos portugueses”, disse Pedro Nuno Santos.
o líder socialista escusou-se a “centrar a atenção e discurso político no logótipo, porque isso era fazer o mesmo jogo” da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP/PPM), que suporta o Governo.
De acordo com Pedro Nuno Santos, o PS nunca pôs em causa o respeito pelos símbolos nacionais, “porque leva a sério a defesa do país e a identidade nacional”.
“Não confundimos isso com um logótipo administrativo do Governo”, sublinhou.
Questionado sobre a composição do novo Governo liderado por Luís Montenegro, o secretário-geral do PS escusou-se “a comentar pessoas”, adiantando que “o que importa são as políticas” para governar o país, sobre o emprego, habitação e a resolução dos serviços públicos.
“Desejo bom trabalho a quem tomou posse e a quem vai tomar posse. Não sou analista e não comento as escolhas do primeiro-ministro, porque é só com as respostas que é preciso dar às pessoas é que estou preocupado”, disse.