A Turquia fez uma nova descoberta de gás natural no mar Negro, anunciou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acrescentando que Ancara vai intensificar as investigações na esperança de reduzir a sua elevada fatura energética.
"Uma nova descoberta de 135 mil milhões de metros cúbicos foi feita no poço de exploração Amasra-1", afirmou Erdogan, num discurso em Zonguldak, no norte do país.
A descoberta foi feita no terreno denominado Sakarya, onde a Turquia indicou no ano passado ter localizado 405 mil milhões de metros cúbicos de gás natural num outro poço de exploração.
O Presidente turco, que viu a sua popularidade cair nos últimos meses devido às dificuldades económicas do país, quis criar suspense ao dizer, na terça-feira, que esta sexta-feira anunciaria "grandes novidades".
As quantidades de gás descobertas por Ancara permanecem modestas em comparação com os principais depósitos mundiais e os especialistas estimam altos custos de extração devido, particularmente, à sua profundidade.
Mas os esforços dedicados por Ancara à busca de hidrocarbonetos refletem o seu desejo de se tornar num grande ator energético e a exploração desses recursos deve ajudar a aliviar a pesada fatura energética turca.
A Turquia consome a cada ano entre 45 a 50 mil milhões de metros cúbicos de gás natural, quase todo ele importado, especialmente da Rússia.
Isso representa cerca de 11 mil milhões de euros, de acordo com a Autoridade Reguladora do Mercado de Energia turca (EPDK, na sigla em turco).
Após a descoberta do primeiro depósito em março, Erdogan prometeu que esse gás natural "100% turco" começaria a chegar às residências em 2023, ano da próxima eleição presidencial.
Paralelamente às pesquisas no mar Negro, Ancara também intensificou as iniciativas no Mediterrâneo oriental, onde a descoberta nos últimos anos de imensas reservas de gás natural aguçou o apetite dos países ribeirinhos.
As perfurações realizadas pela Turquia em águas gregas e cipriotas nos últimos meses criaram tensões e reforçaram o isolamento diplomático de Ancara, que agora procura acalmar as relações com os vizinhos mediterrâneos.