Não há números que espelhem a presença de crianças nas redes sociais e que esta presença possa ser considerada trabalho infantil. No entanto, neste Dia Internacional contra o Trabalho Infantil, as preocupações das autoridades viram-se, para as redes sociais.
A presidente da Comissão Nacional para a Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens (CNPDPCJ), Rosário Farmhouse, diz que se trata de novas formas a que temos de estar atentos.
"Por vezes, sendo tao pequenas, expostas daquela maneira, tantas vezes invisível áquilo que pode ser um trabalho infantil, porque tem os outros direitos minimamente garantidos, ela está a ser exposta e está numa situação de fragilidade quando a sua privacidade e a sua imagem são esquecidas."
Ao contrário do que acontece com a presença de crianças nas artes e espetáculos, que tem de ter autorização da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), atuar sobre o fenómeno da exposição das crianças nas redes sociais é muito mais difícil.
"A exposição das crianças nas redes sociais torna tudo mais complicado. Muitas vezes, nem temos ideia de onde a criança reside para que a CPCJ possa atuar, Na maior parte das vezes, não sabemos como chega até elas."
A presidente da CNPDPCJ diz que, apesar de não haver números nem conhecimento de atuação das autoridades nesta área, têm vido a ser feitas campanhas de sensibilização para os perigos das redes sociais.
Rosário Farmhouse aponta como fundamental o discernimento de todos, começando, claro, pelos próprios pais e responsáveis pelas crianças, para conseguir travar o crescimento desta realidade. "Estamos a sensibilizar os próprios pais ou cuidadores para os perigos do 'online', que deixa a porta aberta para qualquer tipo de abuso”.
A responsável da CNPDPCJ adverte que "tudo pode começar com uma brincadeira que depois não pára".