O Ministério Público decidiu abrir inquérito ao “apagão” dos 10 mil milhões de euros para "offshores".
Elementos recolhidos sobre o caso levaram a abertura de inquérito no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal "Jornal Económico", o Ministério Público deu seguimento à investigação ao caso das transferências para "offshores" que não ficaram registadas no sistema central da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e que, na sua larga maioria, correspondem a fluxos enviados a partir do BES.
“Os elementos recolhidos deram origem a um inquérito, o qual foi remetido ao DIAP de Lisboa. O inquérito foi instaurado em Agosto de 2017, encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça”, respondeu ao "Público" a Procuradoria-geral da República.
Em declarações à Renascença, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, vê com bons olhos este avanço da justiça para saber se há ou não fuga aos impostos.
“O contexto disto é muito estranho. A situação foi espoletada quando o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, manda publicar as estatísticas relativas às transferências de verbas para offshores e repara que há uma grande discrepância entre os dados de 2016 e dos anos anteriores, que eram muito reduzidos”, refere Paulo Ralha.