A Igreja Católica celebra a Semana dos Seminários de 31 de outubro a 7 de novembro, este ano, com o lema “Para estarem com Ele e para os enviar a proclamar”, inspirado na passagem do Evangelho da escolha dos apóstolos.
Na mensagem divulgada para esta iniciativa, o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios diz que esta é uma altura oportuna para reconhecer que “os seminários são instituições marcantes em cada diocese”.
"São lugares que evocam memórias únicas, momentos e vivências inesquecíveis do percurso pessoal e da história das igrejas locais. Mas é sobretudo ocasião para tomar consciência da realidade atual, que, em alguns casos, não deixa de ser preocupante, dado o reduzido número de alunos. Diga-se, porém, que esta situação não é nova, mas tem sido constante nas últimas décadas", afirma o prelado.
D. António Augusto Azevedo considera ainda que é importante olhar para os sinais positivos dos tempos atuais, que mostram que "o Senhor não deixa de ‘enviar trabalhadores para a sua messe’".
"Um sinal digno de referência é a percentagem cada vez maior de candidatos ao seminário, provenientes de novos meios sociais e culturais e com percursos pessoais diversificados”, lê-se na mensagem.
O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios sublinha também “o esforço feito pelas equipas formadoras dos seminários, em ordem a uma renovação e atualização dos processos formativos, com inspiração na Exortação Pós-sinodal de João Paulo II, Pastores Dabo Vobis, e na mais recente Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis da Congregação para o Clero".
O também bispo da Diocese de Vila Real assinala ainda que “mais do que exaltar glórias do passado ou carpir preocupações do presente, será mais sábio e útil sonhar e preparar o futuro, tentando discernir os apelos do Espírito”.
E alerta que, de acordo com os desafios do Papa Francisco, “a renovação do rosto da Igreja passará por ser mais sinodal e menos clerical”.
“Será o de uma Igreja menos assente ou dependente da figura do presbítero; será o de uma comunidade cristã em que se articulam os ministérios do presbítero, do diácono e dos leigos. Este caminho de futuro pode começar a ser preparado nos seminários, mas vai precisar do compromisso de todos os cristãos”, observa.
Neste contexto, sublinha D. António Augusto Azevedo aos sacerdotes, “os novos tempos vão exigir uma melhor formação, em ordem ao cumprimento mais autêntico daquilo que lhes é específico: presidir, anunciar, santificar”.
A finalizar a mensagem, o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios refere que a semana dedicada aos seminários “é momento para que o clero e os fiéis reforcem a sua proximidade para com os seminários”.
“É indispensável que todos os que deles fazem parte sintam a comunhão, a atenção e o carinho de toda a comunidade diocesana. Algumas expressões são particularmente necessárias e significativas, como a oração, a partilha ou outro tipo de apoio material ou espiritual”, conclui.