O secretário-geral do PCP considerou esta segunda-feira que a visita do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Ucrânia poderá "acrescentar guerra à guerra", apelando a que sejam dados sinais com vista a negociações de paz.
Em declarações aos jornalistas na sede nacional do PCP, após um encontro com uma delegação do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), Paulo Raimundo foi questionado sobre a deslocação surpresa do Presidente norte-americano a Kiev, se é um "bom ou mau sinal" para um processo de paz naquela região.
O líder comunista respondeu que "todos os sinais que sejam no sentido da paz e da criação de condições para se sentarem à mesa para resolverem o problema com que se enfrentam milhares de pessoas - em particular o povo ucraniano, mas não só - são bem-vindos".
"A ideia que tenho é de que essa visita não será nesse sentido. Talvez se não for nesse sentido, então corresponderá a mais um acrescentar de guerra à guerra, e acrescentar guerra à guerra não é solução para o problema que enfrentamos", defendeu.
O secretário-geral do PCP reiterou que são necessários "sinais que levem à continuação da paz, não à continuação da guerra, porque os resultados da continuação da guerra estão à vista".
"Não vale a pena o senhor primeiro-ministro [António Costa] vir justificar-se com a guerra, quando aquilo que podia resolver, não resolve", criticou ainda.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou hoje de manhã a Kiev para uma visita não anunciada, já se tendo reunido com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Durante esta visita, Joe Biden prometeu mais armamento à Ucrânia e garantiu o apoio inabalável dos Estados Unidos perante a invasão russa do país.
"Vou anunciar a entrega de outros equipamentos essenciais, incluindo munições de artilharia, sistemas de antiblindagem e radares de vigilância aérea", disse Joe Biden, segundo um comunicado da Presidência norte-americana.
A visita de Biden a Kiev acontece depois de, em 21 de dezembro, Zelensky se ter deslocado a Washington, naquela que foi a sua primeira deslocação ao estrangeiro desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.