TAP responde hoje ao Governo sobre acordo de rescisão com Alexandra Reis
27-12-2022 - 16:22
 • Susana Madureira Martins

Ainda esta terça-feira a companhia aérea irá entregar ao Governo as explicações sobre os fundamentos do acordo de rescisão que levou ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à secretária de Estado do Tesouro. A resposta já está finalizada e será entregue hoje aos ministros das Finanças e das Obras Públicas.

A TAP já tem pronta a resposta pedida pelos ministros das Finanças e das Obras Públicas sobre os fundamentos do acordo de rescisão de Alexandra Reis como administradora da TAP e que levou ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à agora secretária de Estado do Tesouro.

A Renascença sabe que a resposta deverá chegar hoje mesmo aos gabinetes de Fernando Medina e de Pedro Nuno Santos, após o despacho conjunto a pedir informação ao Conselho de Administração da transportadora aérea sobre "o enquadramento jurídico do acordo celebrado no âmbito da cessação de funções" da então vogal.

No despacho que ontem foi enviado à empresa os dois governantes querem ainda "o apuramento do montante indemnizatório atribuído" e a Renascença sabe que deverá ser o Governo a tornar públicos os esclarecimentos pedidos à TAP, desconhecendo-se contudo em que moldes.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta terça-feira que "desconhecia em absoluto os antecedentes" e pediu esclarecimentos sobre a indemnização atribuída pela TAP à secretária de Estado Alexandra Reis, aguardando a "qualificação jurídica" dos factos.

Em resposta a perguntas escritas da agência Lusa, António Costa disse: "Quanto à Secretária de Estado do Tesouro, registo que se prontificou a devolver qualquer quantia que não lhe fosse devida e que recebeu nos termos acordados entre os advogados".

Sobre se mantém a confiança na governante, o chefe do Governo respondeu que "quanto ao mais", aguarda "o esclarecimento cabal dos factos e da sua qualificação jurídica".

A secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos. Meses depois, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).

O caso, noticiado no passado sábado pelo Correio da Manhã, mereceu críticas de toda a oposição.