É um acto inédito: o Papa Francisco realizou esta quinta-feira o primeiro casamento "papal" a bordo de um avião, em pleno voo.
Francisco estava a caminho de Iquique, no norte do Chile, quando Carlos e Paula se aproximaram dele para pedir a sua bênção. Explicaram que são casados há sete anos e têm duas filhas, mas depois pediram que ele abençoasse as suas alianças, uma vez que nunca tinham sido benzidas.
Curioso, o Papa perguntou porquê e foi-lhe explicado que no Chile a lei obriga que o casamento civil se realize num dia diferente do religioso. Carlos e Paula, de 41 e 39 anos respectivamente, tinham marcado o seu casamento religioso para o dia 27 de Fevereiro de 2010, mas um violento terramoto nesse mesmo dia obrigou-os a cancelar. Acabaram por nunca mais o fazer.
Então o Papa perguntou se gostariam de casar pela Igreja e, quando disseram que sim, perguntou se existia amor no seu casamento. Ao responderem que sim, o Papa disse que oficializaria o seu casamento ali mesmo.
O presidente da companhia aérea foi chamado para servir de padrinho e a cerimónia realizou-se em pleno voo.
Partindo das alianças, o Papa avisou que "se estiverem muito apertadas perturbam, mas se estiverem largas caem. É preciso equilíbrio, que se constrói todos os dias", disse.
Mais tarde o porta-voz do Vaticano, Gregg Burke, foi ter com os jornalistas para explicar que tinha sido redigida uma acta, assinada pelo Papa e pelos noivos, pelo que o casamento é canonicamente válido. Não soube, porém, explicar em que diocese ficaria registado, uma vez que se realizou em pleno voo.
Quando os noivos perguntaram ao Papa se poderiam falar publicamente do que tinha acontecido, ele respondeu que sim, pois "este é um sacramento de que o mundo precisa, o sacramento do matrimónio. Pode ser que isso entusiasme outras pessoas na vossa situação a casar pela Igreja".
Foto: Twitter Antonio Spadaro
A acta do casamento. Foto: Twitter