O alargamento da população elegível para dose de reforço contra a covid-19 vai exigir a disponibilização de mais meios no terreno, alertou esta sexta-feira o responsável pelo Núcleo de Coordenação do Plano de Vacinação, coronel Carlos Penha-Gonçalves.
Na intervenção efetuada na reunião de avaliação sobre a situação da pandemia em Portugal, que junta especialistas e políticos na sede do Infarmed, em Lisboa, o coordenador desta fase do processo de vacinação referiu que a atualização feita na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre as condições de elegibilidade para a dose de reforço “duplica o esforço de planeamento” que tinha sido feito e impôs uma reprogramação do plano.
“Desde ontem [quinta-feira], pela norma da DGS, estamos agora a considerar outros grupos populacionais e estamos a falar, basicamente, de 1,8 milhões de pessoas”, começou por dizer, continuando: “Esta nova ambição com o alargamento da população-alvo indica-nos que é preciso fazer um reforço da estrutura executiva, que administra a vacina. É nesse equilíbrio de aumento da capacidade no terreno que vamos atingir os objetivos”.
O coronel Carlos Penha-Gonçalves reconheceu ainda a necessidade de se avançarem com “opções de planeamento” para a organização dos novos grupos elegíveis, bem como a importância do “acesso a dados de vacinação, infeção e hospitalização” para a definição das prioridades, embora a “vacinação das pessoas mais expostas” continue no topo da agenda.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.300 pessoas e foram contabilizados 1.117.451 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.