O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que o conflito interno na Etiópia é "o pior desastre na Terra".
Em declarações à imprensa, o responsável indica que quase um total de seis milhões de pessoas estão em privação, no país africano, sem comida, medicamentos, dinheiro, comunicações e outros serviços básicos.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, nascido na região do Tigray, na Etiópia admite que a cor da pele pode ser uma das explicações para a falta de interesse internacional na crise.
"Eu não ouvi até agora nenhum chefe de Estado falar disto. Quando é que o mundo volta a ter sensibilidade e apela à Humanidade?", questiona.
"O secretario de estado Anthony Blinken, falava há uns meses de uma limpeza, até pode ser mais do que isso. Mas porque que é que as pessoas não dizem a verdade. Porque é que as pessoas não levam isto a sério, especialmente aqueles que podem influenciar o mundo, os que tem tudo nas mãos para fazer isso acontecer?", reitera.
Comparando as crises ucraniana e etíope, o diretor-geral da OMS reconhece uma potencial guerra nuclear é digna de todo os recursos, mas ao nível humanitário nada é mais grave do que o que se está a passar na Etiópia.
Tedros Ghebreyesus admite ter medo de que "podemos estar a caminhar para um guerra nuclear", na Ucrânia, mas, em termos crise humanitária, o responsável defende que a de Tigray é "muito maior".
"É por isso que apelo ao governo etíope que resolva esta questão pacificamente. Eu também apelo ao governo russo que urgentemente escolha a paz. Porque se eles quiserem a paz pode ser reposta", conclui.