O dia de maior adesão às greves no setor da educação foi 13 de janeiro e nesse dia fecharam, em todo o país, 355 escolas no turno da manhã. Nesse mesmo dia, à tarde, estiveram fechados 289 estabelecimentos de ensino.
Estes são alguns dos dados fornecidos pelo Ministério da Educação à Renascença. A informação não inclui o primeiro dia de greve agendada pelo S.T.O.P. (9 de dezembro), nem 8 de fevereiro, o último dia das greves distritais agendada pela plataforma de sindicatos que inclui a Fenprof.
O dia 13 de janeiro foi o dia em que uma maior percentagem de pessoal não docente aderiu à greve – 11,1%, 4.502 trabalhadores. No que toca aos docentes, o dia de maior expressão foi 16 de janeiro, primeiro dia das greves distritais, nessa data em Lisboa. Nessa quinta-feira, 12,1% dos professores (9.444) não deram aulas e fecharam, no turno da manhã, 295 escolas.
Os números revelam, assim, que o encerramento dos estabelecimentos de ensino é tão mais expressivo quanto maior for a adesão dos trabalhadores não docentes.
Olhando por distritos, Lisboa e Braga foram os que mais sentiram o impacto dos protestos. Em Lisboa, a 16 de janeiro, fecharam as tais 295 escolas, no turno da manhã, e 273 no turno da tarde. Três dias mais tarde, em Braga, fecharam 222 escolas de manhã e 180 no turno da tarde.
Os números demonstram que, com o passar dos dias, a adesão à greve tem vindo a diminuir, sendo que nos dias 6 e 7 de fevereiro, dia das greves distritais em Vila Real e Viseu, o Ministério da Educação não tem registo de qualquer escola encerrada devido à luta sindical.
Os dados foram recolhidos diariamente pelos serviços do Ministério da Educação e tiveram por base as respostas enviadas pelos Agrupamentos de Escolas e Escolas Não Agrupadas, num total de 809 unidades.
O Ministério mais esclarece que calculou as percentagens “tomando por referência o número de docentes que no período da manhã ou no período da tarde deveriam estar ao serviço, cotejado com o número de docentes que efetivamente compareceu ao serviço”. Os números do Ministério da Educação levam em consideração o universo nacional de professores e não docentes, mesmo nos dias em que estavam em curso as greves distritais.
Do lado dos sindicatos, a Fenprof tem falado em números de adesão dos docentes às greves distritais para cima dos 90%. Segundo fonte da Fenprof, os números foram avançados depois de um levantamento escola a escola, a nível distrital e levando em linha de conta os professores que deviam estar ao serviço vs. o número de professores que efetivamente estavam nas escolas. A mesma fonte lamenta que o Ministério da Educação tenha apresentado dados a nível nacional e que não tenha isolado a situação em cada distrito onde foram cumpridas as paralisações.