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Os títulos surgem quase iguais na Agência Lusa. A separá-los, duas terras – Chaves e Aljustrel – e quase quatro horas de diferença. “Homem terá matado a mulher suicidando-se de seguida em Chaves”, lia-se às 17h53. “Homem suspeito de ter matado a mulher em Aljustrel, suicidando-se de seguida”, noticiava a mesma agência às 14h03.
Um homem, de 71 anos, é suspeito de ter matado esta segunda-feira a mulher, de 65 anos, em Vilarelho da Raia, no concelho de Chaves, suicidando-se de seguida, avançou à Lusa fonte policial.
Segundo a fonte, militares da GNR de Chaves foram esta segunda-feira a casa do casal – depois do alerta dado pelo filho, que não conseguia falar com os pais desde domingo – e depararam-se com um “intenso cheiro a gás”, não conseguindo entrar na habitação.
“Chamaram os bombeiros, que após entrarem em casa com máscaras, viram os dois corpos no chão”, adiantou. “A casa tinha as portas e janelas todas fechadas como se não estivesse lá ninguém.”
O presumível homicida poderá, antes de provocar a fuga de gás e suicidar-se, ter agredido violentamente a mulher matando-a com recurso a uma faca, dado os sinais encontrados no local, realçou. O caso está agora na alçada da Polícia Judiciária.
A fonte disse que existia um historial de violência doméstica, tendo mesmo sido apreendidas duas armas ao homem.
Uma história acabada com tiros de caçadeira
O mesmo “historial” de violência doméstica é referido no caso de Aljustrel. Um homem de 55 anos é suspeito de ter matado esta segunda-feira a tiro a mulher, de 49 anos, em Montes Velhos, no concelho alentejano de Aljustrel (Beja), suicidando-se de seguida.
Fonte do Comando Territorial de Beja da GNR disse à Lusa que se trata de “um presumível homicídio, seguido de suicídio”, envolvendo dois portugueses: a vítima, “uma senhora, de 49 anos”, e “o alegado agressor, o seu marido, de 55 anos”.
O homem, segundo a GNR, terá matado a mulher a tiro com uma arma caçadeira, suicidando-se da mesma forma.
O alerta, explicou à Lusa a fonte da GNR, foi “dado por um vizinho, que telefonou para o 112”.
No sábado, acrescentou, a GNR apreendeu “duas armas de fogo a este homem”.
A investigação deste caso vai agora ser entregue pela GNR à Directoria do Sul da Polícia Judiciária. Para o local da ocorrência foram mobilizados cinco operacionais, apoiados por duas viaturas dos bombeiros e da GNR.
29 assassinatos em 2015
O Observatório de Mulheres Assassinadas contabilizou entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2015 um total de 29 mulheres assassinadas e 39 mulheres vítimas de tentativa de homicídio.
Em média, a cada mês foram assassinadas 2,4 mulheres.
Um total de 87% das mulheres assassinadas foram-no pelas mãos daqueles com quem mantinham ou tinham mantido relação de intimidade.
A maioria das mulheres (62%) foi assassinada nas suas residências.