O advogado de Bruno de Carvalho mostrou-se muito crítico para com a decisão do juiz de instrução criminal do Tribunal da Relação do Barreiro de levar a julgamento os 44 arguidos do processo do ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, incluindo o ex-presidente do Sporting.
"Isto não tem nada a ver com o processo penal, nem o nosso sistema constitucional. Isto tem a ver com as tais mãos invisíveis que andam aí no ar. Basta lembrarem-se da história do deputado pedófilo da nação, que falou da noite do ataque e veio dizer que 'é para prender imediatamente' o Bruno. Eu vou aqui pela teoria da mão invisível", declarou o advogado de Bruno de Carvalho, esta quinta-feira, à saída do Tribunal do Barreiro.
O advogado não foi tão longe como Bruno de Carvalho, que apelidou a decisão do juiz de "criminosa". Contudo, insistiu que não entende a decisão de levar os 44 arguidos do processo a julgamento:
"Isto foi decidido não de acordo com o código de processo penal e com a constituição da república portuguesa. Código de processo penal e constituição da república portuguesa não houve neste processo até agora. Pode ser que venha a haver de futuro. Há uma influência de qualquer coisa que não tem nada a ver com os tribunais, nem com este processo. Isto não tem nada a ver nem com lei, nem com direito."
O juiz do ex-presidente do Sporting sublinhou que "ninguém esperava" inserido no processo este desfecho para a fase de instrução.
"Nenhum advogado, nenhum jurista, nenhum juiz esperava isto, isto é um 'copy paste' do que está na acusação. Estava à espera que o juiz, no mínimo, fosse coerente. Se não via indícios em novembro, como é que os encontrou agora?", questionou o representante de Bruno de Carvalho.