O primeiro-ministro, António Costa, promete a reforma antecipada sem penalizações para os trabalhadores com 60 anos de idade e 46 de descontos, mas não se compromete com um prazo para a aplicação da medida.
A revelação foi feita esta quarta-feira durante um debate quinzenal na Assembleia da República dedicado às políticas sociais.
Até agora, o Governo tinha vindo a defender a reforma antecipada sem penalizações para os trabalhadores com 60 anos de idade e 48 de descontos.
“Crianças que começaram a trabalhar aos 12 ou aos 14 anos devem poder reformar aos 60 sem penalização. Se pode ser este ano, seria óptimo. Se vai ter que ser faseado, teremos que ver”, afirmou António Costa, no Parlamento.
O primeiro-ministro lembrou ainda que, segundo a penalização decretada em 2012, "uma pessoa que tenha começado a trabalhar aos 14 anos com carreira contributiva de 46 anos e se aposente aos 60 sofre agora uma penalização de 29% na sua pensão", o que considera grave.
António espera do Bloco de Esquerda um "espírito construtivo" na reforma da Segurança Social e das carreiras contributivas, mas advertiu que o futuro do sistema não pode ser posto em causa.
A líder do Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, respondeu que a promessa de António Costa “não chega”.
“Quem começou a trabalhar com 15 e 16 anos foram vidas muito esforçadas, a quem foi retirada a infância. A posição de princípio do Bloco é: [reforma aos] 60 anos, 40 anos de carreira contributiva”, defendeu Catarina Martins.