O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confessou esta segunda-feira que não ter grandes expectativas que o Porto fosse a cidade escolhida para acolher a Agência Europeia do Medicamento. O Porto foi excluído na primeira votação do processo de escolha da nova casa da EMA, esta segunda-feira.
Em declarações à margem de uma iniciativa da Associação Corações com Coroa, o Presidente da República não se mostrou decepcionado com a decisão europeia, defendendo a ideia que não haveria grandes hipóteses "quer para o Porto quer para Lisboa".
"Acho que a candidatura foi muito bem apresentada, mas sempre achei que as hipóteses eram muito limitadas", defendeu o Presidente da República. "Acho que havia um equilíbrio no quadro europeu em relação às várias agências que tornavam muitíssimo difícil, à partida, quer para o Porto quer para Lisboa", argumentou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Acho que se se fez o que se tinha de fazer. Não deu, não deu...." disse o Presidente, que acredita que as desistências de Malta, Croácia e Irlanda vieram ainda mais limitar as hipóteses de Portugal chegar à segunda fase de votações, uma vez que veio "reduzir a dispersão de votos".
Questionado pelos jornalistas sobre as responsabilidades do Governo na gestão da pasta da candidatura portuguesa, o Presidente da República foi peremptório: "O Governo fez tudo o que deveria ter feito no quadro existente, mas sabendo que havia grandes limitações".
Portugal corria contra 14 países para acolher a agência europeia, que abandona Londres devido ao "Brexit". Depois de uma candidatura envolta em polémica, com o Governo a recuar na decisão de candidatar Lisboa e escolher o Porto como cidade candidata, a diplomacia portuguesa mostrava-se optimista quanto à escolha de Portugal numa votação sem o Reino Unido.
De acordo com a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, "foi feito um intenso trabalho diplomático e muitas diligências diplomáticas junto dos 26 países envolvidos". Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, também defendeu que "o Porto está claramente no conjunto das candidaturas mais fortes".
Esta segunda-feira de manhã, o primeiro-ministro português recorreu à rede social Twitter para dizer que “o Porto oferece à EMA a melhor solução para a sua relocalização” e questionar se a União Europeia iria aproveitar “esta oportunidade”