As Termas de Chaves estão preocupadas com a falta de previsão para a abertura das estâncias termais portuguesas e manifestam surpresa pela situação, na medida em que “já antes da atual pandemia cumpriam regras de higiene e segurança muito rigorosas, em linha com os serviços de saúde”.
De acordo com a administradora das Termas de Chaves, Fátima Pinto, “as termas são um prestador de serviços de saúde que cumprem habitualmente rigorosos planos de desinfeção e higienização, assim como planos de análises bacteriológicas e microbiológicas e inspeções periódicas e acompanhamento permanente da delegação de saúde”.
A responsável afirma à Renascença que as termas “são um setor estratégico para a economia nacional e em vários concelhos do país, com foco no interior, regiões que veem, neste momento, os seus negócios afetados, devido ao encerramento destas estâncias”.
Fátima Pinto afirma que a única certeza que existe para o setor é que não irá retomar a atividade antes do dia 15 de junho, apesar de, atualmente, já serem permitidas massagens em centros de estética e ginásios.
A administradora daquela que é uma das principais termas do país refere que “não se compreende esta falta de informação, pois, para além de dificultar os preparativos para a reabertura e atrasar o agendamento dos tratamentos por parte dos termalistas que, na maioria dos casos, necessitam também de reservar o respetivo alojamento, ignorou-se por completo o facto de que as termas cumprem todos os requisitos de segurança e higiene que são exigidos a qualquer atividade prestadora de cuidados de saúde tutelada pela DGS”.
“Até ao momento, o balneário flaviense não realizou cerca de 2.500 tratamentos, pelo que é com ansiedade que aguardamos informações da Direção Geral de Saúde sobre a data de reabertura para que possamos começar a aceitar marcações e, assim, seja possível organizarmos a retoma da atividade”, assinala a administradora.
Para a reabertura, explica Fátima Pinto, estão já a ser tomadas novas medidas como a marcação prévia obrigatória para todos os serviços, de forma a controlar o número de pessoas em simultâneo nas instalações, e a criação de um espaço limpo na entrada das termas, onde será realizado um rastreio a todos os aquistas para detetar situações de risco como febre, tosse ou a possibilidade de ter estado em contacto com algum infetado.
Será realizada a higienização das mãos e do calçado e só depois deste processo os termalistas poderão entrar no balneário. Tal como acontece em todos os espaços fechados, o uso de máscara será obrigatório.
As Termas só podem "funcionar sob a direção clínica de um médico hidrologista, reconhecido pela Ordem dos Médicos" e grande parte dos tratamentos que realizam estão enquadrados no regime de comparticipação do Estado dos tratamentos prescritos nos cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Durante o período de encerramento, as Termas de Chaves juntaram-se ao esforço de várias entidades da região e apoiaram instituições e profissionais de saúde que estiveram na linha da frente da pandemia, com a cedência de material e produtos das Termas de Chaves. Desde a abertura do posto de despiste da Covid-19, criado na cidade, os enfermeiros do balneário flaviense estiveram a dar apoio na realização dos testes.
As Termas de Chaves são umas das mais procuradas estâncias de tratamento termal do país e a sua exploração para fins medicinais tem raízes na época romana. Com uma temperatura de 76 ֯, a água mineromedicinal de Chaves é bicarbonatada e rica em minerais, sobretudo em sódio, sílica, fluoreto e hidrogenocarbonato.
A sua principal ação é estimular as funções metabólicas e orgânicas, devido à sua mineralização, sendo indicada no tratamento de patologias musculoesqueléticas, do aparelho digestivo e das vias respiratórias.