Marcelo Rebelo de Sousa fez um dos testes serológicos para detetar a presença de anticorpos para o novo coronavírus e não está imunizado.
"Depois da quarentena, fiz agora há poucos dias um teste dos novos que chegaram de imunidade, que já é de uma nova geração, os chamados testes serológicos. Não estou imunizado, porque não tive nenhum contacto com nenhum portador de Covid-19. O que é uma ironia, porque se havia pessoa que contactava de próximo com os portugueses, nas semanas anteriores, era eu. Pois não tive nenhum contacto com ninguém com Covid-19", revelou o Presidente da República, em entrevista à "Antena 1", transmitida esta terça-feira.
Numa eventual situação de infeção, desta vez, Marcelo ficará isolado no Palácio de Belém. A experiência de quarentena em casa "mostrou que é inoperacional", desde logo, pelas condições de comunicação.
"É, de facto, muito limitativo, como se viu pelas minhas comunicações por Skype para o exterior; é dramático", observou o chefe de Estado. Marcelo referiu que o primeiro-ministro, António Costa, também já o informou que, caso tenha de se isolar, ficará em São Bento. Informação, aliás, avançada pela Renascença, em tempo oportuno.
Quanto à situação do país, o Presidente da República manifestou-se contra "uma descompressão durante o mês de abril", em que o estado de emergência vigora até ao dia 17. Porém, deixou em aberto se "no mês de abril a compressão tem de ser toda igual, sim ou não".
"Isso é uma coisa que será apreciada quando terminar este período de renovação do estado de emergência. Veremos", declarou.
Otimismo nas relações, mas não na doença
Sobre o seu relacionamento com o primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa disse que falavam "praticamente todos os dias e às vezes mais de uma vez por dia" e que agora "até se multiplicou o ritmo": "É um relacionamento que mantém um bom tónus optimista."
Interrogado se ainda descreve António Costa como um "otimista irritante", Marcelo retorquiu que "ele ainda de vez em quando gosta de lembrar que é um otimista, mesmo nas situações mais difíceis".
No entender do chefe de Estado, a evolução da crise sanitária em Portugal "permite uma expectativa moderada positiva".
"Eu não uso a palavra otimista, porque acho que isso é dar péssimas ideias aos portugueses e a pior coisa que podia haver era uma recaída. Como em tudo na vida, também na saúde, as recaídas são sempre piores do que as doenças iniciais, portanto, temos de evitar a recaída", vincou.