O deputado Joaquim Pinto Moreira, antigo presidente da Câmara de Espinho, confirma ter sido alvo de buscas no âmbito da “Operação Vórtex” e diz estar a ser vítima de “desinformação tendenciosa”.
O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD começa por referir, em comunicado, que a sua casa foi esta terça-feira alvo de buscas e que foram apreendidos o telemóvel e computador profissional, que utiliza no exercício da sua profissão de advogado.
Joaquim Pinto Moreira adianta que “o contexto investigatório reporta-se ao ano de 2022 e respeita a intenções de investimento não concretizadas e a operações urbanísticas tramitadas no atual mandato autárquico, ainda que algumas possam ter transitado de mandatos anteriores”.
O deputado repudia as declarações do chefe de gabinete do presidente da Câmara de Espinho, “que irresponsável e inapropriadamente quis desviar o foco de uma investigação que não me tem, certamente, no seu epicentro”.
Joaquim Pinto Moreira manifesta “total disponibilidade para colaborar com a descoberta da verdade e com as autoridades judiciárias” na investigação ao caso de alegada corrupção na autarquia.
“Se vier a ser solicitado o levantamento da minha imunidade parlamentar, estarei totalmente disponível para, seja em que qualidade for, colaborar totalmente com a justiça”, concluiu o antigo autarca de Espinho.
O Ministério Público vai pedir o levantamento da imunidade parlamentar de Joaquim Pinto Moreira, o vice-presidente da bancada do PSD e antigo autarca de Espinho entre 2009 e 2017.
A diligência faz parte da Operação Vórtex, que levou à detenção de Miguel Reis – o atual presidente da Câmara de Espinho.
Só a imunidade parlamentar evitou que Joaquim Pinto Moreira não tivesse já sido constituído arguido esta terça-feira.
As buscas da PJ na Câmara de Espinho prendem-se com licenciamentos urbanísticos do anterior mandato, revelou fonte dessa autarquia do distrito de Aveiro, confirmando buscas à residência do anterior presidente também.
A informação foi dada à Lusa pelo chefe de gabinete da atual presidência, Nuno Cardoso, que afirma: "As buscas ainda estão a decorrer e o nosso acesso à informação é muito limitado, mas o que podemos dizer é que a investigação incide essencialmente sobre operações urbanísticas realizadas no mandado anterior".
Também no âmbito da Operação Vórtex, outros detidos confirmados por Nuno Cardoso são José Costa, funcionário da Câmara de Espinho como chefe da divisão de Urbanismo da autarquia, e Francisco Pessegueiro, ligado à imobiliária Pessegueiro Investments e à cadeia de talhos que adota o mesmo sobrenome.
A mesma fonte adianta que o "Grupo Fortera também está envolvido na investigação".
Fonte ligada ao PS local adianta que desse grupo israelita foi detido o empresário Elad Dror e acrescenta que outra detenção foi a do arquiteto João Rodrigues, do gabinete JRCP Arquitetos, com sede em Espinho.