​Maria de Belém considera Marcelo “muito exuberante” para Presidente
10-11-2015 - 00:48

Candidata presidencial considera que, se o programa de Governo for rejeitado, Cavaco Silva deve convocar o Conselho de Estado e dar posse a uma solução alternativa e estável.

A candidata presidencial Maria de Belém Roseira considera que o seu adversário Marcelo Rebelo de Sousa é “muito exuberante” para ser chefe de Estado.

“Marcelo Rebelo de Sousa é uma pessoa que, pela sua inteligência e brilhantismo, é um criativo, mais do que um criador”, disse a antiga ministra socialista, esta segunda-feira à noite, no Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia.

“É uma pessoa muito exuberante. Considero que não é esse o tipo de personalidade que casa bem com as funções de Presidente da República. Será que Marcelo Rebelo de Sousa se sentiria bem num fato tão espartilhado. Eu acho que ele não se sentiria confortável naquilo que é um formato que tem de ser muito contido, porque um Presidente da República não pode fazer nem demais nem de menos, tem que fazer na justa medida. É preciso serenidade, paciência, experiência de vida e contenção e Marcelo Rebelo de Sousa, com todo o seu brilhantismo, tem alguma dificuldade.”

Maria de Belém considera que caso se verifiquem as moções de censura ao Governo e a situação política nacional fique num impasse, o Presidente da República devia convocar o Conselho de Estado.

A candidata às eleições presidenciais confessa que aceitaria uma solução alternativa de Governo, desde que a estabilidade ficasse garantida.

“Se a solução que me fosse apresentada tivesse condições de estabilidade, deveria ser, porque para o país é muito mais prejudicial não ter Governo e, portanto, é uma solução perfeitamente legítima dentro do quadro constitucional.”

“Cruzando o facto de termos de cumprir obrigações europeias e termos um quadro de estabilidade parlamentar, pois o Presidente da República pode, perfeitamente, nomear um Governo que saia com uma composição diferente daquela que é a decorrência imediata dos resultados eleitorais”, defende Maria de Belém.