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O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública lamenta que, mais uma vez, não tenha sido antecipado o aumento de procura da Linha SNS 24. Ricardo Mexia diz não ser compreensível que, no momento em que se conheceu a previsão de um pico de casos de Covid-19, não tivesse avançado, de imediato, a formação de técnicos para o reforço dos meios à disposição da Linha.
Em declarações à Renascença, Ricardo Mexia admite preocupação com o cenário atual, “porque, à medida que vamos tendo cada vez mais casos em que não conseguimos cumprir aquilo que é o mínimo da resposta, vamos acumulando casos pendentes de uns dias para os outros. Naturalmente que isto evolui em bola de neve”.
“A partir do momento em que começamos a ter um aumento do número de casos de Covid, o reforço tem de começar a existir. Nós já dizemos isso há dois anos”, sublinha, acrescentando que “desde que os números começam a aumentar, era importante reforçar a resposta”. “Não é surpreendente o que se está a passar. O que é lamentável é a dificuldade em ter antecipado isso mesmo, reforçando a capacidade de resposta”, conclui.
À Renascença, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública diz que “desde que os reforços cheguem e que haja capacidade de eles, rapidamente, começarem a trabalhar, naturalmente que acredito que vamos conseguir um conjunto de cadeias de transmissão que permitem conter o problema”. No entanto, “se continuamos a adiar isso mesmo, será difícil fazer face à procura. Não vejo como vamos conseguir responder apenas com os atuais recursos".
Já sobre os relatos sobre o apoio de militares na realização de inquéritos epidemiológicos, Ricardo Mexia compreende a estratégia seguida, perante a escassez de meios. Admite, no entanto, que a qualidade no serviço não será a mesma.
E Bernardo Gomes, que integra o grupo das Linhas Vermelhas Covid, alerta que o congestionamento na Linha SNS24 provoca maior pressão nos serviços de urgência.
"Temos uma procura hospitalar desnecessária. Nesta altura, a Saúde 24 estar mais sobrecarregada é uma má notícia para todos", refere, à Renascença.
Nos últimos dias, têm surgido queixas de utentes que ficam várias horas a tentar ligar para o SNS24, numa altura em que Portugal assiste a um aumento do número de novos casos de Covid-19. Face ao "crescimento muito acentuado e brusco" na procura da linha SNS24, osServiços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) referem que "foram tomadas, em estreita articulação com a DGS e o operador Altice Portugal, um conjunto de medidas", destacando a abertura de novos "call center" (um já a funcionar em Coimbra e outro a abrir em janeiro em Beja).
A linha SNS24 bateu no domingo o recorde diário de requisições para testes à covid-19 emitidas, com um total de 22.103, segundo dados dos Serviçoc Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
De acordo com os mesmos dados, o número de requisições para testes à covid-19 emitidas pela Linha SNS24 no domingo ultrapassou o anterior recorde, de dia 21 de janeiro deste ano (16.672).