O hospital de Almada disse hoje esperar restabelecer a normalidade informática "nos próximos dias", após o ataque cibernético de segunda-feira, e voltou a apelar à população para só se deslocar aos serviços se for "estritamente necessário".
O Hospital Garcia de Orta (HGO) "conta com a colaboração de equipas de peritos e especialistas internos e externos" para "restabelecer a normalidade da rede informática e dos servidores, que se prevê que seja gradual e decorra nos próximos dias", segundo um comunicado desta unidade hospitalar do distrito de Setúbal.
"A infraestrutura [informática] do HGO é independente, não estando em rede ou sendo partilhada com nenhum outro hospital", lê-se na mesma nota divulgada pelo gabinete de comunicação do hospital.
"Não há evidência" até hoje "que os dados dos utentes tenham sido comprometidos", acrescenta o hospital.
Quanto à atividade clínica, o HGO diz que os registos estão a ser feitos em papel e que "até que a normalidade seja restabelecida, mantém-se a realização das primeiras consultas [consulta de primeira vez]".
"As consultas subsequentes serão reagendadas oportunamente", acrescenta.
A atividade cirúrgica programada e de ambulatório tem sido assegurada e os "exames e análises prioritários estão a ser garantidos através de prescrição manual".
"Os doentes que necessitem de medicação de cedência exclusivamente hospitalar deverão dirigir-se como habitualmente aos Serviços Farmacêuticos, solicitando-se, todavia, que se façam acompanhar dos respetivos receituários em papel/caixas de medicamentos", informa o hospital.
Quanto à urgência, o Garcia de Orta "apela à população de Almada e do Seixal que contacte, em primeiro lugar, a linha SNS 24", o médico assistente ou o respetivo centro de saúde, para evitar "tempos de espera maiores" nos serviços de urgência, "atualmente condicionados na capacidade de resposta". .
"Para agilizar a resposta a doentes adultos e crianças, em situação de urgência ou emergência", o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) está já a encaminhar os utentes para outros hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo.
"Neste contexto, apela-se aos utentes que se desloquem ao HGO apenas se estritamente necessário, de forma a não sobrecarregar os Serviços de Urgência, que mantêm a sua atividade, apesar dos constrangimentos", pede o Garcia de Orta.
Na terça-feira, o HGO revelou ter sido alvo de um ataque informático na noite anterior e assegurou que foi mantida "praticamente toda a atividade clínica", com exceção das consultas externas.
No entanto, face às dificuldades impostas pelo ataque informático, o HGO apelou logo naquele dia aos utentes para se deslocarem ao hospital apenas se estritamente necessário, de forma a não sobrecarregar o Serviço de Urgência.