A greve desta segunda-feira abrange apenas as escolas, hospitais, fábricas e serviços com as refeições concessionadas a privados, estando também de fora as cantinas da responsabilidade do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (do setor empresarial do Estado), disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Hotelaria, Restauração e Turismo e Similares do Centro, António Baião, que falava numa conferência de imprensa em Coimbra.
Segundo o dirigente, a greve deverá ter um maior impacto nas cantinas escolares e nos hospitais.
Em causa, estão as negociações com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), com o sindicato a exigir uma revisão da tabela salarial, aumentos, reconhecimento de antiguidade dos trabalhadores e valorização do trabalho ao sábado e domingo.
É fundamental assegurar “a atratividade” neste setor, que também sente a falta de mão-de-obra.
A maior parte dos trabalhadores, com o aumento do salário mínimo nacional (SMN) em 2023, irá passar a ganhar esse valor (o valor anterior é “engolido” por essa atualização), sendo necessária uma atualização até para diferenciação do salário entre as diferentes categorias do setor.
Na mesma conferência de imprensa, o Sindicato da Hotelaria e Restauração do Centro alertou também para a situação de “injustiça” que se começa a verificar na transferência de competências para os municípios na área da educação, com trabalhadoras das cantinas escolares a verem o seu posto de trabalho em risco.
Face à transferência de competências na educação do Estado para as autarquias, os municípios começaram a optar por acabar com concessões a empresas privadas e a avançar com a contratação de pessoal para assegurar o serviço.