Bombeiro sofre queimaduras no incêndio da Serra da Estrela
10-08-2022 - 20:33
 • Ricardo Vieira, com Lusa

Por precaução evacuação de um parque de campismo no concelho de Manteigas.

Um bombeiro sofreu hoje queimaduras nos membros inferiores no incêndio que lavra desde sábado na Serra da Estrela.

A informação foi avançada em conferência de imprensa pelo comandante Elísio Ferreira, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Por precaução evacuação de um parque de campismo no concelho de Manteigas, adiantou a mesma fonte.

O incêndio chegou esta quarta-feira à Guarda e lavra em quatro municípios.

“Esperamos mais uma noite que se prevê de intenso trabalho. Vamos ter o reforço de mais meios que se dirigem de vários pontos do país”, afirmou o comandante Elísio Ferreira.

"A situação do incêndio mantém-se complicada e difícil. Neste momento, o incêndio desenvolve-se em quatro municípios, sendo que a Covilhã é o mais sossegado. Está em consolidação e rescaldo. Manteigas, Guarda e Gouveia são os que preocupam mais neste momento”, sublinhou Elísio Oliveira, referindo que existe uma extensa frente em direção a Folgosinho e que esta obriga ao reposicionamento dos meios.

Na conferência de imprensa, o comandante disse que estiveram no combate os meios aéreos disponíveis.

“Gostaríamos de ter muito mais. Os Canadair estiveram inoperacionais durante todo o dia”, salientou.

Questionado sobre esta ausência, Elísio Oliveira explicou aos jornalistas que essa ausência se ficou a dever a “problemas técnicos”, que não permitiram a sua presença no teatro de operações.

Este responsável está preocupado com a frente em direção a Folgosinho (concelho de Gouveia): “É a mais preocupante, mas a rotação do vento pode fazê-lo entrar novamente no concelho da Covilhã”.

Para as próximas horas e noite, o trabalho será desenvolvido desde Manteigas e Vale da Amoreira em direção a Folgosinho. Os esforços vão ser concentrados durante toda a noite, não esquecendo os flancos. O objetivo é tentar evitar que, por qualquer motivo, aquilo que é o flanco se torne numa frente de fogo”, concluiu.

Para já, o perímetro do fogo atingiu cerca de 25 quilómetros.

O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, diz à Renascença que se as chamas não forem dominadas nas próximas horas poderão colocar em risco várias aldeias.

O autarca diz que o fogo está "muito longe de estar controlado" e revela que já pediu um reforço de meios.