Sínodo 2018. Papa comove-se com presença de dois bispos católicos da China
03-10-2018 - 12:24

O arranque do Sínodo dos Bispos aconteceu esta manhã com a celebração de uma missa na Praça de São Pedro.

O Papa comoveu-se esta quarta-feira com a presença de dois representantes da República Popular da China, na missa que celebrou no Vaticano. A participação destes religiosos decorre do acordo recentemente assinado entre Pequim e Santa Sé.

“Hoje, pela primeira vez, estão connosco também dois irmãos bispos da China continental, a quem damos as nossas calorosas boas-vindas”, afirmou visivelmente emocionado.

“Graças à sua presença, é ainda mais visível a comunhão de todo o episcopado com o sucessor de Pedro”, acrescentou Francisco.

Rodeado de centenas de bispos dos cinco continentes, o Papa deu assim início à 15.ª Assembleia do Sínodo dos Bispos, dedicada às novas gerações. Francisco defendeu a necessidade de uma Igreja Católica capaz de falar aos jovens, sem barreiras, nem preconceitos.

O Santo Padre afirmou que “os nossos jovens serão capazes de profecia e visão, na medida em que nós, adultos ou já idosos, formos capazes de sonhar e assim contagiar e partilhar os sonhos e as esperanças que trazemos no coração”.

E acrescentou que “fruto de muitas das decisões tomadas no passado, os jovens chamam-nos a cuidar, com maior empenho e juntamente com eles, do presente e a lutar contra aquilo que de algum modo impede a sua vida de crescer com dignidade”.

“A esperança interpela-nos, move-nos e destroça o conformismo ditado pelo ‘sempre se fez assim’ e pede que nos ergamos para fixar, olhos nos olhos, o rosto dos jovens e ver as situações em que se encontram. A mesma esperança pede que trabalhemos por derrubar as situações de precariedade, exclusão e violência, a que estão expostos os nossos jovens. Pedem-nos e exigem-nos uma dedicação criativa, uma dinâmica inteligente, entusiasta e cheia de esperança, e que não os deixemos sozinhos nas mãos de tantos traficantes de morte que oprimem a sua vida e obscurecem a sua visão”, afirmou.

O Papa pediu depois a todos “o dom da escuta sincera, orante e, o mais possível, livre de preconceitos”, para evitar a tentação de “cair em posições moralistas ou elitistas”.

Na homília, citou a mensagem do Concílio Vaticano II aos jovens: “É em nome deste Deus e de seu Filho Jesus que vos exortamos a alargar os vossos corações a todo o mundo, a escutar o apelo dos vossos irmãos e a pôr corajosamente ao seu serviço as vossas energias juvenis”.

A 15ª Assembleia do Sínodo dos Bispos decorre até 28 de outubro e tem como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.