O Presidente dos Estados Unidos demitiu esta terça-feira o director do FBI, a polícia federal norte-americana. Ainda não é conhecido o sucessor de James Comey.
“É essencial que encontremos uma nova liderança para o FBI que restaure a confiança pública e essa confiança é vital para o reforço da missão”, lê-se numa carta de Donald Trump a Comey.
Já no comunicado oficial, o Presidente escreveu que “o FBI é uma das instituições mais respeitadas e admiradas, e hoje marcará um novo começo para nossa jóia da coroa na defesa da lei”.
O líder norte-americano demitiu Comey por sugestão de Jeff Sessions, procurador-geral dos Estados Unidos.
Em causa estará, segundo o “The New York Times”, a forma como James Comey conduziu o processo de investigação aos emails da candidata democrata, Hillary Clinton, durante a campanha para as presidenciais norte-americanas. Comey tinha confirmado que a Rússia interferiu na campanha eleitoral norte-americana para beneficiar Donald Trump e estava, agora, a investigar eventual ligação entre Moscovo e a campanha de Trump.
Democratas falam em "grave erro"
O chefe dos democratas no Senado, Chuck Schumer, classifica a demissão surpresa de James Comey como um "grave erro".
Durante uma conferência de imprensa no Capitólio, Schumer apelou à nomeação de um magistrado independente para liderar o inquérito a uma eventual coordenação entre a equipa de campanha eleitoral de Trump e a Federação Russa em 2016, inquérito que está a ser feito pelo FBI.
Eleito pelo Estado de Nova Iorque, Schumer, que disse à imprensa que tinha recebido um telefonema de Trump, questionou a razão pela qual a demissão tinha ocorrido na terça-feira e questionou se as investigações sobre as possíveis ligações entre a campanha eleitoral de Trump e a Rússia não estão a "ficar demasiado perto para o Presidente", referindo-se a Trump.
No mesmo sentido, outro senador, o republicano John McCain, defendeu que o Congresso deveria criar uma comissão especial para investigar a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.
Este senador, pelo Estado do Arizona, lembrou que há muito que defende uma comissão especial do Congresso para investigar a interferência russa e acentuou que a decisão de Trump de demitir Comey "apenas confirma a necessidade e a urgência de tal comissão".
McCain confessou-se desapontado pela decisão de Trump, classificou Comey como um homem íntegro e de honra, que liderou bem o FBI em circunstâncias extraordinárias.
Um segundo senador republicano, Bob Corker, do Estado do Tennessee, considerou que a demissão de Comey "levanta questões" e disse que "é essencial que as investigações em curso sejam livres de interferências políticas até à sua conclusão".
Também o vice-presidente da comissão senatorial das Informações se pronunciou sobre o caso, considerando "chocante" e profundamente perturbador a demissão do chefe do FBI.
Este senador, Mark Warner, eleito pelo Estado da Virgínia, defendeu estas considerações por a demissão acontecer durante uma investigação em curso do FBI sobre eventuais contactos impróprios entre a campanha eleitoral de Trump e agentes russos.