O Bloco de Esquerda (BE) avisa que, tal como está a proposta apresentada pelo Governo, dificilmente haverá condições para aprovar o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
Numa análise preliminar da proposta orçamental do Governo, a deputada do BE Mariana Mortágua foi questionada pelos jornalistas sobre o sentido de voto do partido no OE2022 já na generalidade.
“Com esta proposta e sem a inclusão das medidas que o Bloco de Esquerda considera prioritárias, não vemos razão para alterar o sentido de voto do último orçamento, que foi o voto contra. Esta decisão depende sempre de uma análise mais cuidada e é tomada pela direção do Bloco de Esquerda”, afirma Mariana Mortágua.
De acordo com a deputada bloquista, “a decisão do voto da generalidade será baseada nas propostas que, entretanto, forem negociadas com o PS”.
“Aquilo que analisaremos no momento da votação na generalidade é se houve uma aproximação ou não houve uma aproximação a essas propostas. Não tendo havido essa aproximação e se se mantiver o estado atual das coisas, consideramos que dificilmente haverá condições para viabilizar o Orçamento do Estado”, concluiu.
O ministro das Finanças, João Leão, disse esta terça-feira que "não seria compreensível" que o Orçamento do Estado para o próximo ano não fosse aprovado.
Durante uma conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento, João Leão disse que o Governo está sempre aberto a discutir com os outros partidos, mas piscou o olho à esquerda, sublinhando os aspetos desta proposta que já vão ao encontro das preocupações do PCP e do Bloco.
Noutra reações partidárias à direita, o PSD afirmou esta terça-feira que mantém a preocupação relativamente ao Orçamento para 2022 e que divulgará o seu sentido de voto "oportunamente", depois de analisar o documento "com responsabilidade".
A deputada Cecília Meireles afirmou que o CDS deverá votar contra a proposta de Orçamento, justificando que não ver razão para alterar a sua posição.