O Twitter retirou na segunda-feira à noite um vídeo publicado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sob o argumento de que divulgava informações falsas sobre o novo coronavírus, confirmou esta terça-feira aquela rede social.
“Os ‘tweets’ que acompanham o vídeo violam a nossa política de combate à desinformação sobre a covid-19”, disse um porta-voz da empresa.
No vídeo, um grupo de alegados médicos fala sobre o novo coronavírus, nomeadamente dizendo que as máscaras não são necessárias para travar a Covid-19 e falando numa alegada "cura" falsa para a doença. O mesmo vídeo já tinha sido removido pelo Facebook na segunda-feira à noite, como avançou um porta-voz desta rede social.
“Retirámos este vídeo porque partilhava informações falsas sobre curas e tratamentos para a covid-19”, explicou a fonte.
Segundo o "Washington Post", o vídeo foi visto por mais de 14 milhões de pessoas via Facebook. Algumas horas depois da ação do Facebook, Donald Trump publicou no Twitter vários trechos do vídeo, divulgando-o aos seus 84,2 milhões de seguidores.
Segundo o jornal norte-americano, Trump manteve os excertos do vídeo no Twitter durante meia hora e partilhou 14 ‘tweets’ nos quais defendeu o uso da hidroxicloroquina, um medicamento antimalárico que o Presidente já promoveu em várias ocasiões, mas que vários estudos científicos mostraram ser ineficaz no tratamento da Covid-19.
A par disso, a rede social decidiu suspender a conta do filho mais velho do Presidente norte-americano, Donald Trump Jr., por causa desses mesmos tweets, "limitando algumas das funcionalidades durante até 12 horas" e até Trump Jr. apagar o conteúdo enganador, informou a empresa. Trump Jr. ainda pode reencaminhar mensagens privadas com a sua conta, mas não pode criar nem partilhar tweets próprios ou de outros durante essas 12 horas.
O Twitter é a principal plataforma de comunicação de Donald Trump, mas, nas últimas semanas, a rede tem sancionado vários dos seus ‘tweets”.
No dia 23 de junho, o Twitter divulgou que um dos ‘tweets’ do Presidente norte-americano ia deixar de estar visível por violar as regras da rede e constituir “comportamento inadequado”.
Umas semanas antes, a plataforma tinha assinalado como “enganosas” as propostas de Donald Tump sobre votação por correspondência e, numa outra ocasião, censurou um outro ‘tweet’ de Donald Trump sobre a violência durante as manifestações antirracismo pela morte de um homem às mãos da polícia.
Numa mensagem em que pedia “desculpas pela violência”, o Presidente dos EUA afirmava que quem aproveitasse as manifestações para fazer pilhagens seria "de imediato" baleado.
Mais recentemente, o Twitter desativou um vídeo de campanha partilhado pelo Presidente após uma notificação formal da banda Linkin Park, que contestou a utilização não autorizada de uma das suas músicas.