Bento XVI evocou o Papa João Paulo II à chegada à Capelinha das Aparições, em Fátima. Depois, entregou uma "Rosa de Ouro” a Nossa Senhora de Fátima. O Santo Padre explicou que a Rosa de Ouro é um símbolo “de homenagem de gratidão do Papa”.
"Estou certo de que os pastorinhos de Fátima, os beatos Francisco e Jacinta e a serva de Deus Lúcia de Jesus nos acompanham nesta hora de prece e de júbilo", disse hoje.
Na primeira oração em Fátima, Bento XVI lembrou que João Paulo II trouxe para o santuário a bala "que o feriu gravemente" e foi encastoada na coroa da imagem de Nossa Senhora. "É profundamente consolador saber que estais coroada, não só com a prata e o oiro das nossas alegrias e esperanças, mas também com a bala das nossas preocupações e sofrimentos", disse Bento XVI dirigindo-se à imagem de Nossa Senhora de Fátima.
O Papa foi recebido por milhares de fiéis, incluindo muitos jovens, que saudaram Bento XVI à chegada e depois da oração.
O que é a Rosa de Ouro?Todos os anos, no quarto Domingo da Quaresma, precisamente o dia em que a cor litúrgica é rosa, o Papa benze uma série de Rosas de Ouro. Estas serão depois entregues a instituições, santuários, governos ou individualidades como sinal de afecto, de amizade e de reconhecimento.
A Igreja com mais rosas no seu historial é a de São Pedro, com cinco. A Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, também já recebeu uma rosa de ouro.
D. Manuel I recebeu duas rosas, uma oferecida pelo Papa Julio II e outra por Leão X. Também as rainhas portuguesas D. Maria II, D. Maria Pia de Saboia, consorte de D. Luís, e D. Amélia receberam estes ornamentos das mãos dos papas do seu tempo.
A rosa hoje apresentada ao Santuário de Fátima é a segunda da sua história, uma vez que em 1964, no encerramento do Segundo Concílio Vaticano, o Papa Paulo VI prometeu entregar este artefacto ao Santuário, com uma inscrição na qual afirmava que confiava toda a Igreja ao cuidado de Nossa Senhora de Fátima. Esta promessa foi cumprida em 1965.
A oferta de rosas de ouro tornou-se progressivamente mais rara durante a segunda metade do século XX. Durante todo o seu pontificado, Paulo VI apenas concedeu esta honra por cinco vezes, e João Paulo II apenas cinco, incluindo ao Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga. Bento XVI tem sido bastante mais generoso, a rosa de hoje foi a oitava oferecida desde a sua eleição em 2005.