A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) rejeita as declarações do Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses sobre a redução de meios disponíveis para combate aos incêndios.
Em comunicado, a ANPC responde dizendo que os meios disponíveis são os que estavam previstos aquando do planeamento da época de incêndios e que até foram reforçados.
“Não obstante o previsto na mencionada Directiva para esta fase, foram acrescidas entretanto 50 Equipas de Combate a Incêndios dos Corpos de Bombeiros, que entraram em funções no dia 1 de Outubro”, lê-se na nota enviada às redacções.
Para a fase "Delta", que teve início a 1 de Outubro, os meios previstos são 5.518 operacionais, 1.307 veículos, 18 meios aéreos (três helicópteros ligeiros, oito helicópteros médios, três helicópteros pesados, dois aviões anfíbios médios e dois aviões anfíbios pesados), enumera o comunicado, sublinhando que, a estes meios, somaram-se mais 50 equipas de combate a incêndios.
O comunicado da ANPC surge na sequência das declarações do presidente da Liga Portuguesa dos Bombeiros (LPB), Jaime Marta Soares, em que acusou as autoridades de Protecção Civil de terem reduzido os meios de combate aos incêndios, quando se antecipava um mês de risco.
"O país está a passar por uma situação gravíssima de destruição florestal" afirmou no domingo Jaime Marta Soares, lamentando que não tenha havido "um planeamento como devia ser", nem "uma prevenção estratégica", depois de a Liga dos Bombeiros Portugueses ter alertado que "não pode existir uma 'décalage' tão grande da fase 'Charlie' e a fase 'Delta'".
A Protecção Civil recorda, no comunicado, que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais 2017 (DECIF 2017) foi decidido após um "processo longo e laborioso", no qual "participam diversas entidades, entra as quais a Liga dos Bombeiros Portugueses".