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A nova sublinhagem da variante Delta do vírus SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, não tem tendência crescente em Portugal, afirmam investigador do Instituto Nacional de Saúde (INSA) João Paulo Gomes e o especialista em Saúde Pública Bernardo Gomes.
De acordo com João Paulo Gomes, também não há provas de que a nova sublinhagem AY.4.2 afete a eficácia das vacinas contra a Covid-19.
"Não existe ainda qualquer evidência científica que sugira que esta sublinhagem da Delta seja mais transmissível ou coloque sequer em perigo a eficácia das vacinas", afirma o investigador em declarações à agência Lusa.
"De facto, nas últimas semanas têm surgido vários exemplos da emergência de novas combinações de mutações, mas que acabam por não ter impacto epidemiológico", sublinha o investigador do INSA.
Em Portugal não são ainda mais do que 10 casos da nova sublinhagem AY.4.2, espalhados nas últimas semanas, e alguns deles têm ligação ao Reino Unido, onde apresenta alguma relevância epidemiológica.
O Governo britânico está a monitorizar uma nova variante do coronavírus que pode ser mais contagiosa do que a variante Delta.
Até ao momento tem sido detetada sobretudo no Reino Unido, que enfrenta um número crescente de casos positivos, havendo também a assinalar três casos na Dinamarca e outros três nos Estados Unidos.
Em declarações à Renascença, Bernardo Gomes, médico de saúde pública acredita que esta nova equação não deverá traduzir-se numa grande transmissibilidade acrescentada ou numa grande preocupação sobre a eventual resistência às vacinas.
“Neste momento, a preocupação prende-se com o crescimento mais expressivo no Reino Unido, ainda que tenha aparecido noutros sítios sem este tal crescimento. Estamos a falar de mais uma variante que deve ser monitorizada, não representa teoricamente, à primeira vista, nem uma grande transmissibilidade acrescentada, nem uma preocupação com a invasão vacinal. Acumula mutações que já apareceram, mas acontece que estas mutações agregaram-se nesta sublinhagem em cima da variante Delta e está a manifestar-se um crescimento um pouco maior no Reino Unido.”
Para este médico de Saúde Pública, esta sublinhagem representa uma espécie de "Post-it", para nos recordar que a pandemia ainda não terminou.
Bernardo Gomes, que integrou o chamado grupo das Linhas Vermelhas da Covid, sugere, por exemplo, um maior acesso aos testes rápidos, uma comunicação tranquilizadora, mas que continue a chamar à atenção para os cuidados que devemos manter.
[notícia atualizada às 17h53]