Pelo menos 18 funcionários da ONG suíça International Assistance Mission (IAM), incluindo uma mulher norte-americana, foram presos no Afeganistão pelas autoridades talibãs e acusados de serem missionários cristãos, informou este sábado a organização.
Num comunicado publicado no seu site, a IAM explica que "os funcionários foram raptados do seu escritório em Ghor", no centro do Afeganistão, e "levados para Cabul", a capital do país.
"Os raptados são um estrangeiro e 17 afegãos", esclarece a ONG suíça.
Dois cidadãos afegãos e um membro da equipa internacional foram presos nas instalações da organização a 3 de setembro, seguindo-se outros 15 cidadãos afegãos que foram presos na quarta-feira nas mesmas instalações, adianta a IAM na nota divulgada.
Contactado hoje pela agência France Presse, o porta-voz do governador da província de Ghor, Abdul Wahid Hamas Ghori, afirmou que 21 pessoas tinham sido detidas, entre os quais uma de nacionalidade norte-americana.
"As forças de segurança e os serviços secretos [afegãos] estavam a observar o grupo há algum tempo. Foram obtidos documentos e registos sonoros que mostram que [eles] convidavam as pessoas a aderir ao cristianismo", acrescentou.
Por seu lado, a ONG explica no comunicado que "não dispõe, por agora, de qualquer informação sobre a natureza das alegações feitas" contra o seu pessoal.
Mas que se fossem feitas acusações contra a organização ou contra qualquer um dos seus funcionários, "examinaria de forma independente todas as provas apresentadas".
Esta ONG está presente no Afeganistão desde 1966, quando se especializou em cuidados oftalmológicos, antes de se diversificar para outras áreas da saúde, bem como da educação.